Com Denis
Meléndez (CISAS) e Carmen Ríos (ANAIRC)
As novas autoridades do Seguro Social
dão prioridade a viúvas e portadores de IRC
Os
ex-trabalhadores da cana-de-açúcar portadores de
Insuficiência Renal Crônica (IRC) se reuniram pela primeira
vez com as novas autoridades do Instituto Nacional de Seguro
Social (INSS), para avaliar o trabalho realizado até o
momento e para apresentar suas demandas futuras
Denis
Meléndes |
Para saber dos resultados dessa reunião, SIREL
dialogou com Denis Meléndez, do Centro de
Informação e Serviços de Assessoria em Saúde (CISAS),
e com Carmen Ríos, de ANAIRC, organização de
ex-trabalhadores portadores de IRC e de viúvas, já
filiada à UITA.
-Qual foi o objetivo deste encontro?
-Nós nos reunimos com uma parte da direção do INSS,
com a presença da vice-presidenta executiva, Sra. Alicia
Sáenz. O objetivo foi avaliar e pesar os esforços
realizados em relação à questão da IRC. Chegou-se à
conclusão de que, efetivamente, as autoridades do INSS,
do Ministério do Trabalho (MITRAB), e do Ministério
da Saúde (MINSA), de acordo com a vontade do novo
governo, darão prioridade à questão da IRC. Além
disso, fomos informados de que as autoridades entraram em
contato com uma universidade do Texas e, nos próximos dias,
estariam trabalhando em uma pesquisa muito profunda para
detectar as causas da IRC.
-Ainda existem dúvidas por parte das autoridades
governamentais sobre as causas desta doença?
-Nesta
reunião já ficou claramente estabelecido que se trata de uma
doença de trabalho. Já não é mais necessário seguir
discutindo o assunto, o que se precisa é aplicar a lei que a
tipifica como tal. As autoridades já reconheceram isso como
um fato e, em todo caso, a pesquisa vai contribuir para
determinar quais são as origens da doença, de tal forma que
possibilite destinar recursos e esforços visando combater
essas causas.
-A ANAIRC vai desempenhar algum papel nesta pesquisa?
-A ANAIRC vai participar na definição dos termos de
referência para esta pesquisa, que será realizada no oeste
do país e, particularmente, nos engenhos de açúcar. Isto vai
oferecer uma opinião independente que vai se somar aos
esforços nacionais em relação a esta questão. Vai ser uma
pesquisa médica, mas vamos pedir que seja a mais ampla e
profunda possível para abranger a complexidade do caso; e
concordamos em que não deva ultrapassar os seis meses,
porque queremos resultados já!
Carmen Ríos |
-Quais foram as outras questões abordadas?
-Foi feita uma avaliação geral sobre a questão das pensões
que devem ser concedidas aos portadores e às viúvas.
Estabeleceram-se categorias para a concessão das referidas
pensões visando, dessa forma, agilizar o processo. Também
nos apresentaram cifras relacionadas com as pensões
concedidas nos últimos meses e, efetivamente, foi comprovado
que houve uma tendência decrescente no número de pensões que
vinham sendo concedidas. A explicação dada foi que isso se
deveu às mudanças de pessoal realizadas em cada uma das
unidades administrativas do INSS. Houve o
comprometimento de que, antes do dia 15 de junho, vão dar
uma resposta para todos os casos ainda pendentes de solução.
Estamos falando de aproximadamente 117 casos. Outro ponto
importante é que já está sendo solicitado que as pensões
para os portadores mudem de categoria, passando de pensões
por incapacidade total ou parcial a pensões vitalícias.
Agora, vamos ver se vão cumprir estes pontos.
-Discutiu-se também algo sobre o atendimento médico?
-Como as autoridades de Saúde expressaram publicamente que a
questão da IRC está em sua agenda, pedimos que as
autoridades da Saúde, do Trabalho e do Seguro Social formem
verdadeiras unidades de trabalho e facilitem as condições na
região ocidental do país para o atendimento das pessoas já
afetadas pela doença e, ao mesmo tempo, se dediquem a
definir quais são as causas da enfermidade para preveni-la e
cortá-la pela raiz.
Sobre a situação dos doentes, já está funcionando o
atendimento nos hospitais de León e Chinandega, e parece
que, finalmente, as coisas começam a ser cumpridas. A
situação no Centro de Saúde de Chichigalpa é diferente, lá a
situação continua bastante difícil e o pessoal não está
demonstrando a sensibilidade requerida para este caso.
-Que impressões vocês tiveram desta reunião?
-Em geral foi um encontro bastante positivo e satisfatório,
deixando as portas abertas para que no futuro seja possível
resolver as dificuldades de maneira mais ágil. Notamos
vontade por parte das autoridades nacionais em atender
adequadamente o problema da IRC, e concordaram que se
trata de uma questão que deve estar na agenda nacional.
Em Managua,
Giorgio Trucchi
© Rel-UITA
11
de mayo de 2007 |
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