Brasil
Suicídio
ligado ao Agrotóxico |
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Entre 1992 e 2002,
apenas no Estado do Mato Grosso do Sul, o Centro
Integrado de Vigilância Toxicológica registrou 1.355
notificações de intoxicações. Nesse conjunto ocorreram
506 tentativas de suícidio e 139 óbitos. A causa das
mortes foi a ingestão voluntária de agrotóxicos.
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Conforme mostra o estudo "Uso de agrotóxicos e suicídios no
Estado do Mato Grosso do Sul", Brasil, do pesquisador Dario
Pires e colaboradores, publicado no Cadernos de Saúde
Pública, a maior parte das ocorrências registradas pela
pesquisa estava relacionada com sintomas de depressão.
Vários estudos citados pelos cientistas mostram que existe,
em outro lugares do mundo, uma correlação forte entre
tentativas de suicídio e uso de agrotóxicos.
No caso específico da pesquisa, a cultura do algodão, por
causa da alta demanda de inseticidas, pode estar mais ligada
ao problema dos suicídios do que as outras plantações.
“Embora a cultura algodoeira não possa ser considerada
determinante para a ocorrência de suicídios numa região, a
correlação encontrada pode significar um fator de risco, no
que diz respeito à exposição humana aos inseticidas, na
região de Dourados”, diz o estudo, disponível na biblioteca
eletrônica SciELO (Bireme/FAPESP).
Para Pires, o maior potencial de exposição a agrotóxicos dos
trabalhadores rurais, nas pequenas propriedades da
microrregião de Dourados, pode explicar o alto número de
notificações de tentativas de suícidios e óbitos devido ao
uso desses produtos. Na região, o número de tentativas de
ceifar a própria vida, por causas diversas, também aumentou
de forma significativa na última década.
Foram registradas 203 tentativas de suicídio em Dourados, no
intervalo de dez anos, com 31 mortes. “Esses dados mostram a
necessidade de indicar um programa de vigilância
epidemiológica para a região, até agora inexistente, para
melhor avaliar, comparar e quantificar esses eventos”,
recomendam os pesquisadores.
Agência Fapesp
9 de mayo de 2005
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