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					Com Gerardo 
					Iglesias 
					
					
					“Defendemos a segurança e a soberania alimentar contra o 
					abuso das transnacionais” |  
					“Estamos 
					seguros de que a luta em defesa da soberania e da segurança 
					alimentar dos povos contra o abuso das transnacionais é 
					estratégica para o desenvolvimento dos nossos países e o 
					futuro das novas gerações. Portanto, é uma batalha que 
					depende da construção de alianças com o conjunto das 
					organizações sociais. O sucesso e a vitória vêm dessa força 
					coletiva”. 
					  
					
					A afirmação do secretário regional para a América Latina e o 
					Caribe da União Internacional dos Trabalhadores na 
					Alimentação (Rel-UITA), Gerardo Iglesias, conclama à 
					reflexão e à mobilização diante do avanço do capital 
					estrangeiro, que já domina 80% da produção e distribuição de 
					alimentos no planeta. “Temos de reagir contra esse modelo 
					excludente e depredador, concentrador da riqueza nas mãos de 
					umas poucas multinacionais, que acaba com o meio ambiente e 
					as oportunidades para as novas gerações”, ressaltou Gerardo, 
					denunciando que “o modelo neoliberal impactou a pequena 
					agricultura, deixando milhares de pequenos produtores sem 
					terra, que passaram às mãos dos grandes monopólios”. “Esta 
					mesma mobilização é necessária em defesa do aqüífero 
					Guarani, uma das maiores reservas de água do planeta ou 
					contra a extensão dos desertos verdes, as plantações de 
					eucalipto que geram muito menos empregos que a agricultura e 
					a pecuária”, enfatizou.   
					
					  
					Desemprego 
					
					  
					
					De acordo com o dirigente da UITA, “a 
					estrangeirização da terra é um fenômeno crescente na maioria 
					dos países da América Latina, que vem incrementando os 
					cinturões de pobreza das grandes cidades e a violência nos 
					centros urbanos, com o crescimento vertiginoso do 
					desemprego”. A verdade, sublinhou, “é que esse é um problema 
					social e ambiental, pois a contaminação do solo e das águas 
					com agrotóxicos e transgênicos afeta o conjunto da 
					população”. 
					
					  
					
					O exemplo da multinacional norte-americana Cargill, “um 
					monstro”, na avaliação de Gerardo, é esclarecedor da forma 
					como essas empresas agem. “Ela mira não somente a 
					agroindústria, mira na verdade o poder político e, como toda 
					transnacional, não gosta de Sindicatos, vistos como 
					obstáculos para que imponham um emprego precário em termos 
					salariais e de condições de trabalho. Temos problemas com a 
					Cargill da Argentina aos Estados Unidos”, elencou. 
					
					  
					
					Gerardo ressaltou que ao diversificar a sua produção, 
					atuando em diversos ramos, como no de suco de frutas e 
					alimentos industrializados, a Cargill acaba por estender 
					seus tentáculos e cartelizar setores inteiros da economia, 
					ampliando ainda mais seu poder de pressão sobre o produtor. 
					 
					
					  
					
					Ilegalidade 
					  
					
					Fazendo pouco caso dos marcos legais, alertou o sindicalista 
					da UITA, multinacionais como a Cargill e a Monsanto acabam 
					impondo suas decisões a governos e à sociedade. “No caso do 
					Brasil, a Monsanto começou contrabandeando sementes de soja, 
					principalmente no Rio Grande do Sul. Hoje, praticamente 90% 
					da soja do Estado é transgênica. Entraram ilegalmente, 
					depois os produtores começaram a pressionar a favor da 
					liberação. Agora, a empresa quer cobrar royalties, o que tem 
					deixado muitos produtores enlouquecidos. E o pior é que o 
					mesmo contrabando está se repetindo com o milho, usando as 
					mesmas táticas, aproveitando das confusões do governo 
					brasileiro”, alertou. 
					
					  
					
					Um elemento decisivo na denúncia a ser feita sobre essa 
					conduta criminosas das multinacionais, avaliou o 
					secretário-geral da UITA, é a mobilização da opinião 
					pública, particularmente por meio de campanhas de 
					sensibilização e denúncia política direcionadas aos países 
					consumidores. “A população da Europa não quer consumir 
					alimentos modificados geneticamente pelas multinacionais, 
					não querem ingerir alimentos que ainda se desconhece suas 
					propriedades. Assim, o Estado do Paraná, um dos baluartes na 
					defesa contra os transgênicos, vem ganhando mercados”, 
					exemplificou. 
					  
					Correio do 
					Povo 
					10 de março 
					de 2006 
                      
					
							
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         UITA - Secretaría Regional 
      Latinoamericana - Montevideo - Uruguay 
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