Comité
Ejecutivo
Latinoamericano:
Presidente
Argentino Geneiro
UTHGRA
Argentina
Vicepresidenta
Neuza Barbosa
CNTA
Brasil
Carolina Llanos
UATRE
Argentina
Héctor Ponce
ATILRA
Argentina
Silvia Villaverde
FAOPCHPYA
Argentina
Alberto Broch
CONTAG
Brasil
Siderlei de Oliveira
CONTAC
Brasil
Luis A. Pedraza
UNAC
Colombia
Guillermo Rivera
SINTRAINAGRO
Colombia
Edwin Ranchos
FESTRAS
Guatemala
Gerardo Iglesias
Secretario Regional |
Montevidéu, 13 de abril de 2010
Exmo. Sr.
Presidente da República de Honduras
Porfirio Lobo
Sosa
Senhor
Presidente,
Estamos
conscientes da escalada
de violência e repressão contra os camponeses
que está havendo na região de Bajo Aguán onde,
nos últimos dias, foi registrada uma mobilização
de tropas do Exército e da Polícia, sem
precedentes.
As organizações
camponesas que compõem o Movimento Unificado
Camponês de Aguán (Muca) informou que as
diferentes comunidades da região – que continuam
no processo de recuperação das terras que lhes
foram usurpadas pelos grandes proprietários de
terras produtores de dendê- foram cercadas pela
Polícia e pelo Exército, fortemente
armados, que impedem que os camponeses entrem e
saiam do local.
Na madrugada de
hoje, 13 de abril, tropas do Exército e da
Polícia invadiram violentamente as casas de
Ulises Laínez
e de Vicente Padilla,
na comunidade El Despertar, onde destruiram
portas, invadiram e ocuparam casas, espancaram e
amarraram moradores.
Além disso, os
dirigentes camponeses Marcial López e
Jorge Laínez foram detidos. Eles são
integrantes da Cooperativa Trinidad, filiada ao
Muca. Várias
mulheres, que tentavam evitar que eles fossem
capturados, foram brutalmente espancadas.
Nenhuma dessas
ações está amparada pela legislação vigente,
portanto denunciamos energicamente esta ofensiva
ilegal, bem como a tentativa de criminalizar a
luta social e pacífica dos camponeses de Bajo
Aguán, cujo objetivo explícito é fazer valer os
seus direitos sobre as terras que
lhes foram
roubadas.
Tememos que esse
tipo de Estado de Sítio imposto à essas
comunidades, bem como as prisões e a violência
perpetradas pelo Exército e pela Polícia,
desencadeiem um massacre sem precedentes.
Esta dramática
situação é agravada pela escalada da repressão
vivida por Honduras desde o golpe de Estado, em
junho de 2009, ao qual o seu governo não está
alheio.
A persistência e
a generalização da violência, que claramente
emerge a partir das estruturas do Estado que
atualmente é governado por Vossa Excelência,
reafirma a cada dia que o povo hondurenho
rejeita, em sua grande maioria, esta camisa de
força militar e política que o governo pretende
impor ao povo nas atuais circunstâncias.
Que conste também que,
apesar da recente história da América Latina
demonstrar que ninguém pode governar -e muito
menos mudar o rumo de um povo- através da
repressão e da violência, estamos
conscientes de que ainda existem bolsões
isolados que
professam um exercício canibal da política.
Vossa Excelência
deve escolher o lugar que ocupará nesta
história.
Exmo Senhor
Presidente, a Secretaria Regional
Latino-Americana da UITA repudia e
condena esta gravíssima situação, bem como faz
de Vossa Senhoria o responsável direto pelas
consequências que dela derivem.
Informamos também
que continuaremos dando uma atenção e
acompanhamento constantes ao que estiver
acontecendo em Honduras, em especial no Bajo
Aguán. E, com as nossas filiadas, anunciamos que
este atual momento de Honduras será analisado
durante a reunião do Comitê Executivo Mundial da
UITA,
na sua sede central
em Genebra,
Suíça, nos próximos dias 14 e 15 de Abril.
Finalmente,
advertimos a Vossa Excelência que estamos
dispostos a usar todas as ferramentas à nossa
disposição para proteger a vida, os direitos
humanos, a democracia e a paz em Honduras.
Gerardo Iglesias
Secretário
Regional
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