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Sequestrado um líder sindical

camponês do MUCA

 

Temor pela vida de Juan Ramón Chinchilla,

desaparecido desde sábado passado

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O Movimento Unificado Camponês do Aguán (MUCA) denunciou ontem o sequestro e desaparecimento de Juan Ramón Chinchilla, dirigente daquela organização e membro do Comitê Executivo da Frente Nacional de Resistência Popular (FNRP). Chinchilla estava retornando de uma atividade organizacional em uma das comunidades camponesas do Bajo Aguán, quando foi interceptado por desconhecidos. Sua moto foi encontrada com várias marcas de tiro. O MUCA e a FNRP exigem que o seu dirigente apareça vivo.

 

 

O professor dirigente e membro do Comitê Executivo do FNRP, Wilfredo Paz, confirmou ao Sirel no sábado, 8 de janeiro, que o companheiro Juan Chinchilla esteve reunido o dia todo com os integrantes da empresa camponesa Buenos Amigos e, então, se dirigiu em sua motocicleta para a comunidade La Concepción, onde estava sua esposa.

 

"Primeiro ele ligou para sua mulher para dizer que estava chegando. Por volta das 20:30 fez outra ligação para um companheiro do MUCA, alertando que havia um veículo e uma moto perseguindo-o e, em seguida, ouviram-se tiros e a ligação foi cortada", explicou Paz.

 

As comunidades do MUCA foram alertadas imediatamente e, já nas primeiras horas da madrugada, sua motocicleta foi encontrada perto do desvio para Elixir com dois impactos de bala.

 

"Juan Chinchilla é um líder combativo, 100 por cento entregue à Frente de Resistência. Participou ativamente do processo de luta contra a militarização no Bajo Aguán e foi membro do Comitê de Negociação do MUCA que, em abril de 2010, assinou acordos com o governo de Porfirio Lobo.

 

No dia em que a ocupação indefinida da estrada litorânea Atlântica foi despejada e da militarização da comunidade de Guadalupe Carney - continuou Paz - Chinchilla travou uma forte discussão com membros do Exército e da Polícia, que o acusaram de ser o responsável por tudo o que estava acontecendo no Vale do Aguán.

 

No entanto, ele continuou seu trabalho incansável de organização e de solidariedade com os diferentes grupos camponeses. Quando foi interceptado por desconhecidos, estava justamente retornando de uma dessas atividades, e continuamos sem ter nenhuma informação sobre seu paradeiro”, ressaltou preocupado o membro da FNRP.

 

O MUCA começou imediatamente uma busca por toda a região e se declarou em estado de alerta, exigindo publicamente que o seu dirigente apareça vivo.

 

"Existe a possibilidade de uma responsabilidade direta dos seguranças dos empresários produtores de dendê da região sobre o sequestro, com o apoio das forças repressoras do Estado. Há muita preocupação e medo de que Juan tenha sido assassinado.

 

No Bajo Aguán a situação continua difícil e não cessa a repressão. Este sequestro - lembrou Paz – é mais um ato de uma sequência de atos de repressão que vêm sendo cometidos contra as organizações camponesas durante os últimos meses".

 

Vitalino Álvarez, secretário de Relações Públicas do MUCA, responsabilidade que dividia com Chinchilla, expressou sua profunda preocupação com o acontecido.

 

"Passamos o dia todo procurando o companheiro Juan Chinchilla, mas não conseguimos encontrá-lo. Parece que estão brincando conosco. Estamos recebendo ligações anônimas dizendo que encontraram um corpo, mas quando chegamos ao lugar não encontramos ninguém. Eles estão tentando nos despistar.

 

Estamos muito preocupados - continuou Álvarez - e sabemos que, quando foi interceptado, Juan levava consigo muitas informações sobre os companheiros e companheiras que participaram das oficinas de formação política da FNRP".

 

Vitalino Álvarez confirmou ao Sirel que o MUCA continuará procurando o dirigente desaparecido.

 

A FNRP também exortou as organizações nacionais e internacionais a fazerem pressão sobre as instituições do Estado para que adotem as medidas que o caso requeira.

 

"Condenamos este fato e exigimos o respeito à vida e à integridade física do nosso companheiro Juan Chinchilla, que já demonstrou um extraordinário valor na luta pela refundação de Honduras.

 

Alertamos as organizações nacionais e internacionais para exercerem pressão sobre este regime repressor, que fala de uma falsa reconciliação e unidade nacional, embora continue avalizando e participando de crimes contra pessoas e organizações populares", conclui o comunicado da FNRP.

 

 

Em Manágua, Giorgio Trucchi

Rel-UITA

10 de janeiro de 2011

 

 

 

 

Fotos:  Giorgio Trucchi 

 

 

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