Brasil

 

  

 

 

 

Movimento em defensa dos produtores e trabalhadores da Parmalat no Rio Grande do Sul

 

 

A multinacional Parmalt é uma empresa especializada no setor de processamento de leite e que desenvolve suas atividades de forma descentralizada, ou seja, possui unidades produtivas espalhadas por vários continentes. Na América Latina, a Parmalat, possui atualmente oito fábricas no Brasil, duas na Argentina, uma no Uruguai e uma no Paraguai e está presente também em Chile, Equador, México e República Dominicana. Atualmente, denúncias de fraude contábil assolam o cotidiano de investigações a respeito dos motivos que levaram a crise da empresa na Itália.

 

Ao situarmos, a empresa no cenário mundial e a sua estratégia de atuação “descentralizada” percebemos que se trata de uma empresa que atua a nível global, portanto, a crise da Parmalat na Itália é uma realidade que se faz refletir nos vários países com os quais a empresa tem relações produtivas. No Brasil, a crise da Parmalat já é uma realidade evidenciada em vários estados, problemas existem e as soluções encontradas para saná-los tem apresentado um caráter emergencial, ou seja, servem para resolver as necessidades imediatas do local ou da região atingida pelo não cumprimento dos deveres da empresa para com trabalhadores(as) vinculados a ela direta ou indiretamente.

 

Em função desta realidade, e entendendo que a crise que atingiu a multinacional Parmalat poderá trazer graves conseqüências econômicas e sociais para o Rio Grande do Sul, a CUTRS a Fetraf-sul, a Federação da Alimentacão do RS, o Sindicato da Alimentação de Carazinho e o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), pretendem ralizar um Movimiento em Defesa dos Produtores e dos Trabalhadores da Parmalat no Rio Grande do Sul. Este movimiento tem início com uma Audiencia Pública, realizada em Carazinho, porque neste município encontra-se uma importante unidade da Empresa Parmalat no país. Entendemos que a Audiência Pública aponta para um espaço de discussão de caráter plural e democrático no qual pretende-se dar início a um diálogo social e que reflita sobre a crise da empresa e seus impactos reais para os trabalhadores(as).

 

Desta Audiência pretende-se criar uma Comissão em Defesa dos Produtores e Trabalhadores da Parmalat no RS, esta Comissão tem por objetivos garantir a participação da classe trabalhadora nas decisões e na construção de alternativas referentes à crise na empresa. Para tanto, a Comissão pretende solicitar, uma Audiência com o Governador do Estado de Rio Grande do Sul – Sr. Germano Rigotto e uma Audiência com a Ministro da Agricultura – Sr. Roberto Rodrigues. Na nossa percepção, dialogar com estas autoridades legítimas pode significar também exigir do Estado no âmbito Estadual e Federal um posicionamento concreto a respeito da situacão da Empresa no Brasil, de forma a definir, as responsabilidades da Empresa Multinacional para com os trabalhadores(as) brasileiros.

 

Pensamos que, ao apontar acões para solucionar os problemas dos produtores e trabalhadores envolvidos com a empresa Parmalat é necessário propor alternativas que se desenvolvam de forma articulada no espaço nacional, pois as conseqüências da crise para todos os trabalhadores repercutem principalmente em aumento do desemprego e precarizaçao das relações de trabalho. Acentuamos ainda que, em municípios pequenos, a exemplo de Carazinho, a economía local é muito dependente das atividades que que uma empresa do porte e do teor da Parmalat é capaz de fomentar na região. Este fato, contribui para reforçar nosso posicionamento de que este debate e as alternativas a serem constituídas são da responsabilidade dos Governos Minicipal, Estadual e Federal articulados a sociedade civil organizada, pois, acompanhar os desdobramentos das atuais dificultades enfrentadas pela Parmalat no Brasil e apontar soluções significa estar comprometido com a promoção do desenvolvimento local e com a garantia do bem estar social das comunidades.

 

Estamos cientes de que não existem dados atualizados sobre a situação da Parmalat no Rio Grande do Sul, portanto faz-se necessário estabelecer com urgência um mecanismo permanente e eficiente de acesso às informações da empresa que evite decisões unilaterais. Enquento representante dos trabalhadores, a CUTRS a Fetraf-sul, a Federação da Alimentacão do RS, o Sindicato da Alimentação de Carazinho e o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA), comprometem-se em constituir a Comissão em Defensa dos Produtores e Trabalhadores da Parmalat no RS objetivando estar constantemente presente nas decisões referentes à empresa Parmalat no Brasil e de forma que os trabalhadores(as) tenham seus directos respeitados.

 

 

Assinam este documento:

 

Central Única de Trabajadores

(CUT – RS)

 

Federación de Trabajadores de la Agricultura Familial –SUL

(FETRAF – SUL)

 

Federación de Trabajadores de la Industria de Alimentación de RS

(FTI – Alimentación RS)

 

Movimiento de Pequeños Agricultores

(MPA)

 

Sindicato de la Industria de la Alimentación de Carazinho

(STI – Alimentación Carazinho)

 

 

 

15 de janeiro de 2004

 

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