A transnacional
japonesa parou de descontar a contribuição sindical, em uma clara tentativa de
abalar o Sindicato. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias
de Alimentação e Afins de Limeira comentou sobre este novo ataque da
transnacional.
-Qual é o problema que vocês
estão enfrentando atualmente?
-Há dois anos estamos tendo alguns problemas
com a Ajinomoto,
geralmente vinculados às reivindicações dos trabalhadores que a empresa se
recusava a atender.
Depois que o Sindicato conseguiu
estabelecer no Convênio Coletivo que a contribuição sindical fosse descontada,
de uma hora para a outra a companhia parou de fazer isso.
Para o Sindicato esta medida, além de violar o
convênio assinado, é um ataque direto à organização dos trabalhadores porque,
sem dúvida, a estratégia da
Ajinomoto é de nos
enfraquecer.
Como não conseguiram neutralizar
o nosso trabalho com as diversas artimanhas jurídicas que tentaram impor em todo
este tempo, agora querem nos atacar financeiramente.
-Que medidas vocês tomaram
diante desta situação?
-Como primeiro passo, nos
reunimos com a direção da empresa para abordar a questão da ilegalidade desta
medida e exigir uma mudança de postura.
Na reunião da quarta-feira passada, 13 de
março, a Ajinomoto,
por sua vez, afirmou claramente que o Sindicato terá que assinar alguns acordos
para que a empresa volte a descontar a contribuição sindical.
O que disseram foi: “se vocês
assinarem, nós faremos o desconto da contribuição, caso contrário tudo
continuará como está”. Essa chantagem é inaceitável e, por isso, demos um prazo
até terça-feira 19 para que eles mudem sua postura ou começaremos a tomar
medidas de força.
-Quais são os acordos que a
Ajinomoto quer que vocês assinem?
-São acordos que ficaram
pendentes na última negociação e se referem à Participação nos Lucros e
Resultados (PLR) e à jornada de trabalho. Como os trabalhadores não
concordam com o proposto pela empresa, estes pontos ainda não foram assinados.
Em relação à PLR, a
companhia oferece uma porcentagem que não é aceita pelos trabalhadores e, em
relação à jornada de trabalho, querem implementar uma mudança nos turnos para
que os dias de folga sejam rotativos, mas os trabalhadores querem que os dias de
folga sejam nos finais de semana.
Em última análise, o que a
transnacional quer com este novo ataque é desarticular o Sindicato, mas não vai
conseguir.
Sabemos que contamos com o apoio
dos trabalhadores e internacionalmente da UITA.