Ao exportar
do Uruguai para o Nordeste brasileiro, a Camil
conseguirá economizar no frete marítimo. O diretor comercial
do Instituto Rio-Grandense do Arroz (IRGA), Rubens
Silveira, calcula em US$ 40 por tonelada o custo do
embarque em Montevidéu capital do Uruguai, até Recife
(PE), enquanto o mesmo trajeto a partir de Rio Grande
(RS) custaria US$ 80 por tonelada.
Além do
frete, a exportação do Uruguai tem uma vantagem
tributária, já que não desconta o equivalente ao Imposto
sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS),
que no Rio Grande do Sul é 12% para o arroz. A uruguaia
Saman concorria com a Camil no mercado nordestino.
"A estratégia deve ser manter os mercados internacionais
conquistados (pela Saman) e seguir operando com o
Brasil", analisou Silveira, sobre o anúncio de
compra da indústria uruguaia pela companhia brasileira.
A Camil
lidera o processamento de arroz no Rio Grande do Sul, com
11,8% de participação, seguida pela Josapar (8,2%) e Pirahy.
O Estado é o principal produtor nacional de arroz irrigado e
tem 263 indústrias. As dez primeiras respondem por 48% do
mercado. Da produção de 6,3 milhões de toneladas, entre 4,5
e 5 milhões de toneladas são beneficiadas no Rio Grande do
Sul. O restante é usado na produção de semente e vendido em
casca.