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    Argentina

 

Cargill / Finexcor

Demissões e greve em frigorífico de Santa Fé

 

Como conseqüência de 14 demissões injustificadas continuam paralisadas as atividades no frigorífico Finexcor SA, na

 província de Santa Fé. Continuam as negociações.

 

Na segunda-feira passada, 24 de setembro, os trabalhadores do frigorífico Finexcor SA, de propriedade do grupo norte-americano Cargill, decidiram paralisar suas atividades depois que a empresa despediu 14 trabalhadores de sua fábrica localizada na localidade de Nelson, província de Santa Fé, e proibiu a entrada no local de trabalho de quatro delegados sindicais. Segundo explicou Daniel Rosa, secretário geral do Pessoal da Indústria Frigorífica de Santa Fé, a idéia é “manter a greve até que os demitidos sejam reincorporados”.

 

Desde o início da greve foram mantidas várias rodadas de negociação entre delegados sindicais e representantes da empresa, com a mediação do Secretário de Trabalho da  Província, Alberto Gianneschi. A exigência da empresa de que fossem suspensas as medidas de luta, sem se ter chegado a um acordo sobre a reincorporação dos 14 demitidos, foi rechaçada pelos representantes do pessoal, que consideram “não existir motivo nenhum para se demitir pessoal”.

 

Da mesma forma que nas demissões anteriores, as mais recentes foram consideradas pela empresa como tendo relação com os cortes de energia impostos, nos últimos meses, pelo governo argentino e a conseqüente queda na produção. Entretanto, o Sindicato lembra que esses cortes não levaram automaticamente à parada do pessoal, mantendo-se inclusive 110 trabalhadores com “garantia horária”. As medidas da empresa foram duramente criticadas pelo presidente Comunal de Nelson, Dionisio Ramírez, que expressou estar em desacordo com a decisão da empresa, destacando que foram justamente eles que, diante da ausência de uma organização sindical na fábrica, atuaram como representantes do pessoal e “meteram as caras pela empresa” solicitando às autoridades nacionais uma ampliação das cotas de distribuição de eletricidade.

  A companhia Finexcor foi fundada na década de 60 e contou originalmente com uma fábrica situada a 22 km de Buenos Aires. Em agosto de 2003, abriu seu segundo frigorífico em Nelson, uma localidade de aproximadamente 5.000 habitantes, localizada a 40 km ao norte da cidade de Santa Fé, onde emprega atualmente perto de 450 pessoas. No total, a empresa conta com cerca de 1.500 trabalhadores.

 

Em 2005, a Finexcor foi adquirida pela multinacional norte-americana Cargill, “como parte de sua estratégia de estar presente nas áreas de maior produção de carnes do mundo”, como é possível se ler no site dessa companhia. Sessenta por cento da sua produção (carnes bovinas frescas e congeladas, carnes cozidas e hambúrgueres, entre outros) destina-se à exportação, enquanto que os 40% restantes são destinados ao mercado interno.

 

Vale a pena recordar o enfoque de trabalho da Cargill Argentina expressado na sua página Web, onde é possível ler, entre outras declarações de boas intenções:

“Mediremos nosso desempenho tendo como objetivo conseguir funcionários comprometidos, clientes satisfeitos, comunidades que prosperam, crescimento rentável”. A quem essa multinacional pretende convencer?

Em Montevidéu, Dieter Schonebohm
© Rel-UITA
26 de setembro de 2007

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