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CUT e movimentos sociais

contra racismo no Carrefour

 

 

No dia 7 de agosto de 2009, o vigilante Januário Alves de Santana foi agredido por seguranças do Carrefour e por policiais militares, no estacionamento do supermercado, em Osasco, na Grande São Paulo, ao cometer dois crimes graves: possui um carro esportivo – aguardava a família retornar das compras dentro de uma EcoSport – e ser negro.

Para uma fatia preconceituosa da sociedade, a combinação dos dois fatores não pega bem e isso fez com que o funcionário da USP (Universidade de São Paulo) fosse identificado como ladrão pelos agressores.

 

“Você tem cara de que tem pelo menos três passagens. Pode falar. Não nega. Confessa, que não tem problema", foi o que ouviu Santana dos policiais militares que o abordaram no local onde já havia sido agredido pelos seguranças.

 

Para que outros atos discriminatórios não sejam varridos para debaixo do tapete, a Central Única dos Trabalhadores do Estado de São Paulo e entidades do movimento negro promovem hoje sexta-feira (11), a partir das 15h, um ato de desagravo na sede nacional do Carrefour (Rua George Easman, 280 – próxima à Ponte do Morumbi).

 

O n.º1 em discriminação

 

Ao analisar o caso, a secretária de combate à discriminação racial da CUT/SP, Rosana Silva, que estará presente no ato, aponta o problema da precarização das relações trabalhistas. “Os seguranças são terceirizados e fica muito fácil para a empresa transferir a responsabilidade sem oferecer uma formação adequada aos trabalhadores que contrata. Queremos que o Carrefour assuma sua responsabilidade”, defende.

 

Coordenador da subsede da CUT/SP em Osasco e presidente do Sindicato dos Comerciários de Osasco, Carlos Roberto Alves, o Carlinhos, conta que a discriminação da rede de supermercados também atinge os próprios funcionários. “Há muito tempo denunciamos que os funcionários passam por revistas constrangedoras. Os patrões partem do princípio que todos são ladrões em potencial”, comenta.

 

E não para por aí. Em 2005, a Procuradoria Regional do Trabalho da 10.ª Região, em Brasília, abriu uma investigação para apurar a denúncia de uma trabalhadora que foi reprovada em um teste para operadora de caixa sob a alegação de que estaria com excesso de peso.

 

Em 2008, o Carrefour foi condenado por crime de homofobia, após um grupo de funcionários da rede ofender duas transexuais femininas. No mesmo ano, o supermercado foi denunciado e condenado pelo mesmo crime após um segurança da rede, em Piracicaba, ameaçar um homossexual e dizer no rádio: “tem um viado aqui criando problema”.

 

 

 

CUT - CONTRACS

Confederación Nacional de los Trabajadores

el Comercio y Servicios

Brasil, 11 de setembro de 2009

 

 

 

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