-Qual é a atual situação na Coca-Cola
Retalhuleu?
-Há uma continuidade no comportamento da
companhia, sem variações e nem sinais de que
a situação vai melhorar. Atualmente existem
sete companheiros suspensos e dois que
tiveram seus postos de trabalho trocados por
outros de categoria inferior.
Foi acordado, com a intervenção da
Coca-Cola Company, que seriam
feitas atas de juntas mistas, mas isto não
representa nenhuma mudança, uma vez que os
empregadores se comportam como juiz e parte.
Além disso, não existem mecanismos de
resolução de conflitos entre ou Sindicato e
a companhia.
-Surgiu alguma mudança depois do compromisso
oficial firmado entre a UITA e a Coca-Cola
Company?
-Não, absolutamente. Até esta data não houve
qualquer avanço e não se notam sinais de que
serão encontradas soluções. Pelo contrário,
o que se vê é um incremento da hostilidade
por parte do solidarismo e a repressão aos
companheiros filiados ao sindicato.
Sabemos que estas mudanças não se vão
produzir da noite para o dia, mas todo o
processo de negociação tem que pressupor um
avanço paulatino, o que nós não estamos
percebendo de nenhuma forma. Insisto,
estamos atentos, mas não vislumbramos o
caminho para um acordo sobre as horas
extraordinárias, sobre a bonificação de
incentivo por produtividade, etc. Pelo
contrário, a empresa incentiva o
solidarismo, que se viu fortalecido desde o
dia 2 de abril passado, quando os
trabalhadores da Coca-Cola se
manifestaram ao redor de todo o mundo. Nesse
mesmo dia, os solidaristas também
organizaram uma atividade, na qual ficou bem
claro que esta engarrafadora da Coca-Cola
não tem o respeito que deveria ter pela
atividade sindical.
O que queremos enfatizar é que nada mudou,
apesar de nossa Internacional manter um
processo de negociação com a Coca-Cola
Company. Esta engarrafadora não parou de
agir contra trabalhadores filiados ao
Sindicato, nem buscou uma aproximação para
dar solução aos conflitos e, por sua vez,
incentiva de forma maldosa o solidarismo.
Nada menos que no 1º de maio, a empresa
enviou uma circular convidando a todos os
trabalhadores afinados com a empresa para um
dia na praia. Em outras oportunidades os
convida para lugares recreativos, inclusive
para o México.
-Que medidas vocês tomarão diante desta
situação?
-O que queremos, tanto o Sindicato como a
Federação, é fazer uma ampla denúncia contra
o comportamento da Coca-Cola. Por
este motivo, estamos prevendo realizar
atividades a nível local e nacional, junto
com o Sindicato dos Trabalhadores da
Engarrafadora Central S.A. (STECSA).
Esta semana temos uma reunião para organizar
as atividades de mobilização e protesto.
Gerardo Iglesias
e Amalia Antúnez
© Rel-UITA
29 de maio de 2007