Guatemala - Coca Cola - Retalhuleu

Com David Morales

Continuam os atropelos com o sindicato,

a paciência chega ao seu limite

 

 

O solidarismo enquistado na gerência da engarrafadora da Coca-Cola, INCASA, a falta de vontade de negociar de boa fé, suspensões sem fundamento, tudo continua imutável em Retalhuleu, Guatemala. Sirel entrevistou a Morales, secretário geral da Federação dos Trabalhadores da Alimentação (FESTRAS), sobre a sistemática violação das liberdades sindicais na Coca-Cola.

 

 

-Qual é a atual situação na Coca-Cola Retalhuleu?

-Há uma continuidade no comportamento da companhia, sem variações e nem sinais de que a situação vai melhorar. Atualmente existem sete companheiros suspensos e dois que tiveram seus postos de trabalho trocados por outros de categoria inferior.

Foi acordado, com a intervenção da Coca-Cola Company, que seriam feitas atas de juntas mistas, mas isto não representa nenhuma mudança, uma vez que os empregadores se comportam como juiz e parte. Além disso, não existem mecanismos de resolução de conflitos entre ou Sindicato e a companhia.

 

-Surgiu alguma mudança depois do compromisso oficial firmado entre a UITA e a Coca-Cola Company?

-Não, absolutamente. Até esta data não houve qualquer avanço e não se notam sinais de que serão encontradas soluções. Pelo contrário, o que se vê é um incremento da hostilidade por parte do solidarismo e a repressão aos companheiros filiados ao sindicato.

Sabemos que estas mudanças não se vão produzir da noite para o dia, mas todo o processo de negociação tem que pressupor um avanço paulatino, o que nós não estamos percebendo de nenhuma forma. Insisto, estamos atentos, mas não vislumbramos o caminho para um acordo sobre as horas extraordinárias, sobre a bonificação de incentivo por produtividade, etc. Pelo contrário, a empresa incentiva o solidarismo, que se viu fortalecido desde o dia 2 de abril passado, quando os trabalhadores da Coca-Cola se manifestaram ao redor de todo o mundo. Nesse mesmo dia, os solidaristas também organizaram uma atividade, na qual ficou bem claro que esta engarrafadora da Coca-Cola não tem o respeito que deveria ter pela atividade sindical.

O que queremos enfatizar é que nada mudou, apesar de nossa Internacional manter um processo de negociação com a Coca-Cola Company. Esta engarrafadora não parou de agir contra trabalhadores filiados ao Sindicato, nem buscou uma aproximação para dar solução aos conflitos e, por sua vez, incentiva de forma maldosa o solidarismo. Nada menos que no 1º de maio, a empresa enviou uma circular convidando a todos os trabalhadores afinados com a empresa para um dia na praia. Em outras oportunidades os convida para lugares recreativos, inclusive para o México.

 

-Que medidas vocês tomarão diante desta situação?

-O que queremos, tanto o Sindicato como a Federação, é fazer uma ampla denúncia contra o comportamento da Coca-Cola. Por este motivo, estamos prevendo realizar atividades a nível local e nacional, junto com o Sindicato dos Trabalhadores da Engarrafadora Central S.A. (STECSA). Esta semana temos uma reunião para organizar as atividades de mobilização e protesto.

 

Gerardo Iglesias e Amalia Antúnez

© Rel-UITA

29 de maio de 2007

 

 

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