A FTIA-RS realiza uma oficina com a participação de delegados de várias partes do Estado e do mundo para debater as condições de trabalho dos empregados da Doux Frangosul, que só no Rio Grande do Sul (RS) tem oito unidades.

O encontro tem por objetivo discutir a situação da empresa e suas respectivas consequências na vida dos funcionários da transnacional.

Os temas discutidos foram o atraso da empresa no pagamento de seus fornecedores de frangos, como também as pendências com os depósitos de parcelas do FGTS e o não cumprimento do Plano de Lucros e Resultados (PLR), explicou o presidente da FTIA-RS, Cairo Reinhardt. 

No mês passado, a Doux voltou a atrasar o pagamento de parte de seus 2,2 mil criadores integrados de frangos e suínos no RS.

Participam do encontro, na sede da FTIA-RS, em Porto Alegre, diretores da FTIA-RS; o jornalista Carlos Amorín, da UITA; o secretário regional da UITA, Gerardo Iglesias; a representante da Federação Francesa da Alimentação, Helene Deborde; o presidente da CONTAC, Siderlei Oliveira e sindicatos filiados à Federação.
 
No início do encontro foram exibidos vídeos com reportagens sobre a situação enfrentada por pessoas que trabalham com o abate de frangos em vários pontos do país, bem como o que essas pessoas têm em comum.

Em uma dessas matérias, Siderlei fala sobre o grande número de farmácias instaladas nas cidades que contam com a presença da indústria avícola. Ele avalia que os trabalhadores dessas empresas estão mais sujeitos ao aparecimento de doenças dos mais variados tipos, especialmente as Lesões por Esforços Repetitivos (LER).
 
As reportagens, exibidas para garantir mais conteúdo ao debate do dia, mostraram ainda que o lucro dos empresários está diretamente atrelado à exploração da saúde do trabalhador.

Os representantes presentes da UITA reforçaram a importância da FTIA-RS não só no movimento sindical brasileiro como também na construção dos movimentos sindicais.