Perú
Boa alimentação, boa vida?
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O lema da
Nestlé é “Good Food, Good Life: muito mais que um alimento, um estilo de
vida”. Infelizmente, a Nestlé não inclui os seus trabalhadores em seu
lema ao se negar a negociar com o Sindicato Único Nacional de Trabalhadores
Nestlé Peru S.A. (SUNTRANEP) a pauta de reivindicações do ano de 2008, onde
se exige o ajuste dos salários à inflação.
Houve várias
reuniões da comissão negociadora da pauta de reivindicações da
Nestlé, entre a junta diretora do Sindicato Único
Nacional de Trabalhadores Nestlé Peru S.A. (SUNTRANEP) e os
representantes da empresa, encabeçados pelo Gerente de Recursos Humanos,
Manuel Monge Calosi, que impediu que se chegasse a um acordo
significativo para os interesses dos trabalhadores. Em conseqüência, a
etapa de negociações diretas terminou.
Alexander Caballero |
Carlos Cavel |
José Coyco |
Alexander
Caballero,
secretário geral do SUNTRANEP, disse ao Sirel que o sindicato
começou com uma reivindicação que foi se ajustando diante da negativa da
empresa. Entretanto, em uma reunião no dia 28 de maio, a empresa
Nestlé,
que opera no país com capital suíço, negou-se
novamente a aceitar também a proposta sindical reduzida.
Em
conseqüência, atualmente o Ministério do Trabalho está avaliando a pauta de
reivindicações de acordo com as condições reais e atuais da empresa, por
solicitação do SUNTRANEP, e foi convocado para uma nova reunião de
conciliação prevista para 10 de junho. Os trabalhadores esperam que, nessa
oportunidade, a oferta da empresa possa ajudar a cobrir a cesta básica
familiar.
“Infelizmente
a empresa se limita a comparar o pagamento de seus trabalhadores com os da
Alicorp, Gloria e as demais empresas do setor de alimentos,
com as quais compete. Esperamos que em nosso próximo encontro a oferta da
empresa melhore”, afirmou Carlos Cavel, secretário de Organização do
SUNTRANEP.
Por outro
lado, José Coyco, secretário de imprensa e propaganda do SUNTRANEP,
destacou que os trabalhadores exigem o justo porque “de acordo com a
inflação de 2007, os salários perderam o poder aquisitivo que tinham e o que
se busca é recuperar o que perderam, esse é o âmago das demandas”.
Ao se encerrar
o ano de 2007, a inflação acumulada no Peru chegou a 3,93 por cento,
superando a meta oficial que a situava abaixo dos 3 por cento, segundo o
Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI).
A Nestlé
opera no Peru desde 1919 e sua presença se consolidou no país em
1997, com a compra do fabricante nacional líder em sorvetes e guloseimas
D'Onofrio. É evidente que o lema da
Nestlé exclui os próprios trabalhadores, para os quais será difícil ter uma boa
alimentação e uma boa vida se a empresa nem sequer ajusta os salários aos
níveis inflacionários do país.