-Este ano,
a negociação se baseou no que aconteceu nos outros estados onde a empresa
tem fábricas. Nosso acordo com a Nestlé superou o de outras
categorias do setor de Alimentação, não só em São Paulo como também em nível
nacional.
-Como
foi esse acordo?
-Conseguimos um aumento salarial de 1,27% acima da inflação anual passada, o
que significa que antecipamos praticamente cinco meses da inflação futura.
Além disso, no que se refere à chamada Participação nos Lucros e Resultados
(PLR) da empresa, obtivemos um valor fixo de 2.900 reais, mais 90% do
salário. A isto se adiciona um “vale-compra” mensal por 290 reais. Com este
vale, os trabalhadores e trabalhadoras podem ir a qualquer supermercado e
fazer as suas compras, o que de fato é outro aumento muito importante da
receita. Em dezembro são concedidos dois vales com este valor, considerando
os gastos extraordinários que todas as famílias têm. Isto significa que o
vale corresponde a 13 meses por ano e, uma vez por ano, pelo conceito da
PLR, os trabalhadores e trabalhadoras recebem quase um salário extra
mais 2.900 reais.
-Os
demais itens do acordo do ano passado foram mantidos?
-Completamente: pagamento de medicamentos, assistência médica, compra de
material escolar para os dependentes, entre muitas outras coisas, todas
ficaram vigentes neste acordo. Quero enfatizar que, atualmente, este piso
salarial se encontra no valor de 900 reais mensais. Ninguém pode começar a
trabalhar na Nestlé de São Paulo por menos deste valor.
-Quantos
trabalhadores estão incluídos neste acordo?
-Trabalhadores diretos da Nestlé, que são representados por nós, são
6 mil no Estado de São Paulo.
-Como
você avalia este acordo?
-Acreditamos que foi um bom acordo em relação à situação geral no país, já
que garante o poder aquisitivo dos trabalhadores e antecipa alguns meses da
inflação. Desejaríamos que houvesse uma maior integração entre os
trabalhadores da Nestlé a nível nacional, para que os avanços,
alcançados em qualquer estado, pudessem ser estendidos aos demais. Neste
caso, nosso estado de São Paulo foi o que conseguiu um melhor acordo, e
seria lógico que fosse o mesmo em todos os outros, já que às vezes alguns
estados, com menor força do ponto de vista sindical, obtêm acordos menos
adequados. Isto costuma ser usado como argumento pela empresa para discutir
nossas demandas.