Terminado o IV Encontro realizado em Buenos Aires,
Argentina, durante os dias 15 e 16 de março passado,
Sirel recolheu a opinião de alguns participantes em
termos de resultados e perspectivas.
Claudio Urrutia
Presidente da Federação Nacional
de Sindicatos da Unilever
do Chile
A meu ver,
organicamente, foi positivo,
já que estruturamos uma forma de trabalho com metas a
serem cumpridas, o que claramente diferenciou este
encontro dos anteriores, que eram, na minha opinião,
processos de construção.
Para a próxima reunião da
Unilever
na
América
Latina
todos devemos chegar com informações
concretas sobre as responsabilidades que assumimos aqui. Isto
dá uma grande coerência ao que estamos fazendo, e já não
estaremos nos reunindo apenas para a análise e o
intercâmbio de informações, mas também para ser o começo
de uma lógica regional. Isto
é, sem dúvida, o grande destaque.
Além disso, foram
fornecidas informações sobre duas questões muito
importantes para nós, trabalhadores da
Unilever,
como tudo aquilo relacionado à cultura e ao uso do
dendezeiro, bem como da nanotecnologia, uma tecnologia
muito recente que realmente pode causar sérios riscos
aos trabalhadores e
aos consumidores. Precisamos
continuar a pesquisar mais sobre este assunto.
A coordenação entre os
sindicatos da região é essencial, pois o capital não é
mais investido em um único setor, mas sim em vários
sendo que os empregadores foram se unificando. Eu,
por exemplo, venho do setor químico da
Unilever,
mas como a
UITA
une o maior número de trabalhadores e trabalhadores da
Unilever
no mundo, consideramos fundamental estar aqui, filiados
à
UITA.
Marcos Tebom
Secretário de
imprensa da CONTAC
Este IV Encontro nos permitiu viabilizar uma
aproximação real, um avanço significativo em relação aos
encontros anteriores. Foram
jornadas muito positivas e vimos claramente o avanço que
significa estarem, todos os ramos da
Unilever,
unificados em uma única Federação no
Chile.
No
Brasil,
tivemos muitos problemas com esta companhia global que
no ano passado fechou fábricas, retirou marcas do
mercado e deixou muitos trabalhadores sem emprego.
A exposição, feita sobre
nanotecnologia por
Enildo
Iglesias,
foi muito clara, e é de uma realidade assustadora, pois
pode gerar fortes impactos sobre os trabalhadores. Por
isso, surgiu uma proposta neste encontro para realizar
de pronto um seminário no
Brasil
convocando todos os interessados no assunto.
A partir desta reunião,
da qual participaram tanto a
CONTAC como a
CNTA, nós estamos assumindo a tarefa de realizar um
diálogo entre as nossas direções sindicais e estabelecer
um mecanismo permanente de consulta e troca de
informações.
Neuza Barbosa de Lima
Secretaria de
Relações Internacionais da CNTA
Uma
experiência formidável. Nós
analisamos a situação dos trabalhadores e das
organizações sindicais na
Unilever,
mas também sairemos com o dever de denunciar a situação
que envolve esta transnacional na devastação que está
causando o indiscriminado e condenável cultivo de dendê.
Como
UITA,
chegamos depois de uma grande luta na
Colômbia,
junto com o SINTRAINAGRO e a UNAC, na
formação do sindicato na
empresa
Palo Alto
em
Magdalena,
onde os trabalhadores e as trabalhadoras foram
violentamente reprimidos por se organizarem
sindicalmente.
É o nosso dever,
mas a
UITA,
o
SINTRAINAGRO
e a
UNAC
devem ir além. Devemos
denunciar, com todas as nossas forças, o avanço
criminoso da cultura do dendezeiro que está destruindo a
agricultura familiar, que expulsa violentamente milhares
de camponeses e camponesas, e está causando o abandono
da plantação de banana para "alimentar" os automóveis
dos Estados
Unidos
ou da
Europa.
Diante de tudo isto,
devemos tomar uma posição e hoje, aqui neste IV
Encontro, junto ao
Movimento Mundial pelas Florestas Tropicias,
avançamos.
É o que eu sinto!