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Wal-Mart e a pobreza

 

O Wal-Mart e o empobrecimento do mundo

 

Uma nova palavra está prestes a entrar no dicionário de economia mundial: trata-se do termo 'walmartização', que está sendo utilizado para descrever o processo de empobrecimento do mundo.

 

O Wal-Mart, a maior rede varejista do mundo, se transformou em sinônimo de expansão da pobreza.

 

O New York Times, um dos mais importantes jornais americanos, ressaltou, em 15 de novembro de 2003, em seu editorial que "a walmartização da força de trabalho (...) ameaça empurrar milhares de americanos para a pobreza".

 

Negociações impraticáveis com fornecedores; baixos salários pagos aos funcionários; desaparecimento de benefícios; seguros de saúde inacessíveis; ações na justiça por: discriminação sexual, sonegação fiscal, trabalho clandestino e práticas anti-sindicais; além de denúncias de assédio sexual, desrespeito às convenções coletivas e às leis trabalhistas pipocam em jornais de todos os países em que a rede fincou o pé e fazem a fama do Wal-Mart de maior e um dos piores empregadores do mundo.

Ilustração: Ron Zalmer

A ligação que se faz do Wal-Mart com a expansão da pobreza tem várias explicações, mas os principais motivos são os baixos salários pagos aos funcionários e a ação predatória que destrói os pequenos comércios nas cidades onde a rede se instala.

 

O salário médio pago pelo Wal-Mart a seus funcionários nos EUA (18 mil dólares por ano) está muito próximo da linha de pobreza no país.

 

Ou seja, um funcionário do Wal-Mart que trabalha mais de 8 horas por dia, em geral sem direito a seguro saúde e muitas vezes sem vale-transporte, sem pagamento de horas-extras - inclusive aos domingos e feriados - está no mesmo patamar das pessoas mais pobres dos EUA. Sem falar da utilização de trabalhadores clandestinos para baratear a manutenção de suas lojas, ressalta José Evangelista Rios, vice-Presidente da CONTRACS e diretor do Sindicato dos Comerciários de Salvador.

 

Mas, o "tratamento" dado a seus funcionários não é o único motivo da rede ser eleita uma das cinco empresas mais irresponsáveis do mundo. O Wal-Mart é conhecido em vários países por transformar as principais ruas comerciais das cidades em que atua em cidades fantasmas, sugando e desmantelando o mercado dos pequenos varejistas.

 

Calcula-se que cada emprego criado no Wal-Mart implica no desemprego de três a cinco pessoas com o fechamento de pequenos negócios locais.

 

Por isso, cidades como Inglewood e Nova York, nos EUA e Londrina e Vitória no Brasil lutam para evitar a instalação de lojas do Wal-Mart.

 

Sabendo da importância de levar aos sindicatos o máximo de informações sobre a forma de atuação do Wal-Mart, a CONTRACS preparou este resumo das atividades do grupo, a partir de fatos relatados por nossos companheiros em cidades ou regiões onde há Wal-Mart e de notícias divulgadas pela mídia nacional e internacional, explica Lucilene Binsfeld Moro (Tudi), presidente da CONTRACS.

 

Produtos chineses e negociações abusivas:

baixos preços e alto custo social

 

Segundo Gilberto Dupas, presidente do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais e coordenador-geral do Grupo de Conjuntura Internacional (GACINT) da USP, o "Wal-Mart impõe condições tão duras aos fornecedores que, muitas vezes, só a China pode atender. Aliás, suas quase 5.000 lojas vendem 15 bilhões de dólares de produtos chineses por ano, provocando a ira dos produtores e dos trabalhadores norte-americanos que perdem seus empregos".

 

Inúmeros países estudam formas de proteger sua economia da enxurrada de produtos chineses.

 

Os baixíssimos preços chineses destróem as economias locais e têm um alto custo social para a própria China, onde os trabalhadores sobrevivem com salários miseráveis e com uma jornada diária de mais de 12 horas, incluindo crianças. Além de contar com a prática de exploração do trabalho escravo de prisioneiros. 

 

Em resumo, podemos dizer que o Wal-Mart funciona da seguinte forma: ele pratica concorrência desleal e acaba matando os pequenos comércios nas cidades em que se instala - o que causa muito mais desemprego do que desenvolvimento local -, não compra produtos dos comerciantes, produtores e distribuidores do local ou região, porque só grandes empresas conseguem praticar os preços exigidos pela rede, explora os funcionários pagando baixos salários e vende produtos de baixíssima qualidade, produzidos por trabalhadores miseráveis, crianças ou escravos chineses.

 

Essa é a lógica do Wal-Mart, comenta José Evangelista Rios.  

 

 

A sociedade contra o Wal-Mart

 

Califórnia veta Wal-Mart

 

A cidade de Inglewood, na Califórnia, é o exemplo mundial de resistências à Wal-Mart. Uma lei aprovada pelos vereadores vetou (proibiu) a instalação de lojas de mais de 14 mil m2 na cidade. Em seguida, um plebiscito popular confirmou a proibição de instalação da rede em Inglewood. 

 

Embora o prefeito apoiasse a Wal-Mart, a campanha vitoriosa contrária à instalação foi coordenada por líderes religiosos e comunitários e os sindicatos. Eles contribuíram com 1 milhão de dólares para a campanha contra o Wal-Mart.

 

Fonte:  Ensaio de Gilberto Dupas - presidente do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais e coordenador-geral do Grupo de Conjuntura Internacional (GACINT) da USP - preparado para a Conferência Brasil e União Européia Ampliada em setembro de 2004 (Rio de Janeiro). 

 

Wal-Mart enfrenta resistência em Nova York

Pequenas empresas, líderes sindicais, vereadores e até alguns candidatos a prefeito estão se armando para evitar que a Wal-Mart se instale na cidade, agora que a maior varejista do mundo admitiu que quer abrir em 2008 sua primeira loja na cidade de Nova York, planejada para o distrito de Rego Park, em Queens.

 

Será provavelmente a maior batalha contra uma única loja na história da cidade, porque o movimento trabalhista considera a empresa o inimigo público número 1, por ser tão anti-sindical e porque muitas pequenas empresas temem que dezenas de milhares de consumidores corram para a loja, levando consigo milhões de dólares em negócios.

  

"Nunca haverá uma coalizão mais variada e abrangente do que esse esforço contra a Wal-Mart", disse Richard Lipsky, porta-voz da Aliança de Varejistas de Bairro, uma coalizão anti-Wal-Mart em Nova York.

 

Um fator que tornará a luta incomumente intensa é que os sindicatos decidiram que frustrar as ambições da companhia em Nova York é vital para sua nova campanha nacional que pressiona a empresa a melhorar seu modo de pagar e tratar os funcionários.

 

"A Wal-Mart passou a representar o mínimo denominador comum no tratamento dos trabalhadores", disse Brian M. McLaughlin, presidente do Conselho Central de Trabalhadores da cidade de Nova York, um grupo com mais de um milhão de trabalhadores sindicalizados. "A Wal-Mart não construiu seu império com bons preços. Ela o construiu nas costas dos trabalhadores."

 

Sung Soo Kim, presidente do Congresso de Pequenas Empresas da cidade, com 130 mil membros, disse: "Existe um mito de que as empresas locais podem ser competitivas com megalojas. Essas megalojas são assassinas de categorias. Elas canibalizam os varejistas existentes".

 

Fonte: Steven Greenhouse do jornal "The New York Times" para a Folha de S. Paulo

 

Construtora Vornado desiste de trabalhar

com Wal-Mart em Nova York

 

Melinda Katz, conselheira do Comitê de Uso de Terra de Nova York, recebeu um telefonema do advogado da Construtora Vornado, relatando que a empresa não está mais negociando com o Wal-Mart a posição de loja-âncora do centro comercial planejado para Queens.

 

 

O histórico de relações trabalhistas conturbadas do Wal-Mart pode ter sido um fator na desistência da Vornado, segundo Katz.

 

Sindicatos que se opõem à abertura da loja citam um processo relacionado a trabalho infantil e o fechamento de uma loja no Canadá em que os funcionários queriam se sindicalizar como exemplo das práticas da empresa.

 

Outras preocupações dos moradores eram o trânsito e os problemas de estacionamento gerados pela loja. Já os pequenos comerciantes dizem que não sobreviveriam à competição do Wal-Mart.

 

Fonte: Netsite (www.netsite.com.br/empresasenegocios)

 

Movimento Anti-Wal-Mart cresce nos EUA

 

Um artigo do Jornal Denver Post, do Colorado, diz que a atuação do Wal-Mart é tão controversa que a sociedade norte-americana está se dividindo entre os que gostam e os que não gostam da empresa. O movimento anti-Wal-Mart foi além do simples protesto e se transformou em fenômeno social. Comunidades inteiras, afirma o jornal, se movimentam para impedir sua instalação.

 

O jornal afirma ainda que o grupo é chamado pelos norte-americanos de "a besta de Bentonville", cidade onde fica a empresa.

 

Vitória e Londrina lutam para impedir instalação do Wal-Mart

Vitória no ES e Londrina no PR têm um propósito em comum: impedir a instalação do Wal-Mart.

 

Em Vitória a Câmara de Vereadores, o Sindicato dos Empregados no Comércio, a Câmara de Dirigentes Lojistas, líderes comunitários e religiosos estão mobilizados para evitar que o Wal-Mart construa uma megaloja na capital capixaba.

 

Segundo o Sindicato dos Comerciários do ES, cada 450 empregos diretos gerados pelo Wal-Mart causam o desemprego de 1.500 trabalhadores de pequenos negócios que acabam fechando.

 

Londrina também luta para barrar a entrada do Wal-Mart e sua ação predatória na cidade. A Prefeitura acionou a justiça para conseguir a desapropriação do terreno comprado pela rede e construir no local um teatro em vez de um hipermercado.

 

Pelos cálculos da Prefeitura, cada emprego gerado pelo Wal-Mart leva 5 trabalhadores ao desemprego.

  

Fontes: Folha de S. Paulo, Gazeta Mercantil e Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (http://www.abipla.org.br/clipping/abiplclp20040520.htm) 

 

 

Destruindo a economia local

 

Wal-Mart demite centenas de trabalhadores no Nordeste

 

As 118 lojas do Bom Preço, a 4a. maior rede de supermercados do Brasil, com um faturamento anual de quase 3,4 bilhões de reais agora pertencem à rede americana Wal-Mart.

 

Com a aquisição do Bom Preço, o Wal-Mart passou a ser a 3a. maior rede supermercadista brasileira, com 143 lojas no total e um faturamento de 5,3 bilhões de reais.

 

O Bom Preço está há poucos meses sob administração do Wal-Mart, mas já comete infrações às leis brasileiras. Inicialmente, não informou, nem convidou os sindicatos das cidades onde há Bom Preço para participar da transição entre as duas empresas - como prevê a lei; desativou a central de compras do Bom Preço em Recife, transferindo as negociações para São Paulo e já realiza demissões em massa em vários Estados.

 

José Evangelista Rios, da CONTRACS e do Sindicato dos Comerciários de Salvador, que acompanha o caso desde o processo de aquisição do Bom Preço pelo Wal-Mart, destaca que só em Salvador as demissões já passam de 400 e o número ainda deve chegar a 600.

 

Dirigentes de João Pessoa e Campina Grande (PB) também confirmam demissões em suas cidades.

 

Em Salvador, a empresa está promovendo demissões mesmo durante a negociação coletiva, momento em que demissões são proibidas de acordo com a CLT.

 

Evangelista ressalta ainda o impacto negativo da centralização das compras do Bom Preço em São Paulo: "mais uma vez é o trabalhador que perde. Nesse caso, de várias formas, porque há extinção de vagas no centro de compras em Recife, outros trabalhadores terão que se transferir para São Paulo senão quiserem perder o emprego e profissionais como os representantes comerciais serão muito prejudicados, sem este grande comprador que é o Bom Preço. Por outro lado, do ponto de vista comercial, ao centralizar as compras em São Paulo, somente grandes marcas concorrem e as pequenas marcas locais ficam de fora das negociações. Dessa forma, a economia local fica extremamente deteriorada."

 

De acordo com o jornalista Renato Lima, do Jornal do Comércio de Recife, "com as compras de todo o país centralizadas em São Paulo, o escritório de Recife perde autonomia e diminui o dinheiro em circulação na região".

 

 

Trabalho clandestino

 

Wal-Mart utiliza imigrantes ilegais na limpeza de lojas nos EUA

 

Na madrugada de 23 de outubro (de 2003), policiais e agentes da imigração prenderam 251 imigrantes ilegais de mais de 30 países, fazendo a faxina de 60 supermercados da Wal-Mart em 21 Estados americanos.

 

A grande maioria vinha da Europa Central e da América Latina. Trinta e um eram brasileiros. Não prenderam mais porque não foram a outros supermercados. Faxina nos Estados Unidos é emprego de imigrante.

 

Wal-Mart é a maior empresa do mundo com mais de um milhão de empregados em dez países.

 

A fortuna dos herdeiros Walton, principais acionistas, está avaliada em 83 bilhões de dólares.

 

Os empregados da faxina ganhavam US$ 7 por hora, trabalhavam pelo menos 60 horas por semana, com 15 minutos de descanso por noite.

 

Eram contratados por empresas terceirizadas que não pagavam obrigações sociais nem seguro de saúde. Quem se machucava era responsável pela conta ou dava o calote no hospital.

 

Apesar do salário e das condições, imigrantes vinham e vem do mundo inteiro para trabalhar na Wal-Mart.

 

Há uma máfia na faxina. A Wal- Mart contrata a empresa A oferecendo US$ 10 por hora ao faxineiro. A empresa A contrata a B pagando US$ 9; a B contrata a C pagando US$ 8 e a C contrata os empregados pagando menos do que US$ 7 por hora.

 

Agora as empresas terceirizadas declaram falência, reabrem com outros nomes e contraram outros faxineiros.

 

Na própria Wal-Mart isto já aconteceu em 98 e em 2001. Apesar da repressão e dos muros na fronteira, o chão da Wal-Mart continuará limpo com suor proibido.

 

Fonte: Lucas Mendes para a BBC Brasil (www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2003/11/031106_lucasmendes.shtml)

 

 

Wal-Mart paga 11 milhões de dólares

por caso de imigrantes ilegais

 

O Wal-Mart reconheceu que deveria ter meios de segurança melhores para contratar os trabalhadores e concordou em pagar US$ 11 milhões para resolver alegações federais de que usou imigrantes ilegais para limpar as lojas.

 

Os US$ 11 milhões, informou um porta-voz da companhia, seriam destinados a “ajudar a aplicação das leis de imigração”.

 

 Em outubro de 2003, oficiais federais reuniram 251 imigrantes ilegais em 60 lojas do Wal-Mart, em 21 estados.

 

 Muitos dos imigrantes trabalhavam sete dias ou noites por semana, sem compensação de pagamento ou dano, disse o advogado nova-iorquino, James L. Linsey.

 

Em muitos estados, eles ficavam trancados nas lojas a noite toda.

 

 “A gente acredita que é hora do Wal-Mart pagar recompensa às pessoas que eles exploraram por tantos anos, e em muitos casos trancados nas lojas”, falou Linsey.

 

 “As pessoas mais pobres e vulneráveis do mundo foram exploradas de modo vergonhoso pelas companhias mais ricas e poderosas do planeta”.

 

 Linsey é o principal advogado representando os trabalhadores no caso da ação de classe civil, que está pendente em New Jersey. O governo de inúmeros países, incluindo a República Tcheca, México, Polônia e Eslováquia, ofereceu apoio aos trabalhadores.

 

Segundo a companhia, foram usados mais de 100 empreiteiros terceirizados para limpar mais de 700 lojas ao redor do país.

 

Fonte: New York Times para o IG. (www.ultimosegundo.ig.com.br/materias/nytimes/1914001-1914500/1914412/1914412_1.xml)

 

 

Discriminação Sexual

 

Processo por discriminação sexual contra Wal-Mart

vira a maior ação coletiva dos EUA 

 

Um juiz californiano transformou um processo movido por seis ex-funcionárias do Wal-Mart em ação coletiva contra a rede de supermercados por discriminação sexual, incluindo ex-empregadas desde 1998. A ação envolve 1,6 milhão de mulheres como autoras, transformando-se no maior processo coletivo relacionado a direitos civis na história dos EUA.

 

O processo aberto em 2001, acusa o maior empregador do setor privado norte-americano de discriminar suas funcionárias e de retaliar contra aquelas que reclamam.

 

Especialistas contratados pelas autoras do processo constataram que as mulheres representam 70% do quadro de funcionários do Wal-Mart, mas recebem 89,5% do que ganham os caixas homens, as chefes de departamento ganham em média apenas 79% do que os homens ganham e as gerentes de loja ganham em média cerca de US$ 16,4 mil a menos do que um homem no mesmo cargo na empresa.

 

De acordo com documentos do processo, uma mulher foi informada de que não poderia chegar a gerente, a “não ser que fosse capaz de passar por uma etapa, empilhando embalagens de cerca de 22,5 quilos de ração para cachorros”.

 

Se a rede americana se vir forçada a pagar uma base de 4.000 dólares por pessoa (como já ocorreu em outro processo por discriminação sexual nos EUA) o total chegaria a 6,4 bilhões de dólares, ainda que especialistas duvidem de uma indenização tão alta.

 

Fontes: Folha de São Paulo,  Portal IG e Espaço Vital - site de notícias jurídicas (www.espacovital.com.br/asmaisnovas23062004a.htm) 

 

 

Irresponsabilidade Social

 

Fórum Econômico alternativo premia

as cinco empresas mais irresponsáveis 

 

A organização "Olho Público em Davos" premiou cinco multinacionais - Dow Chemical, Shell, KPMG, Nestlé e Wal-Mart - por considerá-las as mais "irresponsáveis" em termos sociais e ecológicos.

 

A associação, que reúne diversas organizaçoes não-governamentais helvéticas, concedeu os prêmios às cinco companhias durante a inauguração das reuniões alternativas que aconteceram em Davos, simultaneamente ao Fórum Econômico Mundial.

 

As multinacionais "premiadas" foram selecionadas dentre 24 sugeridas por ONGs de todo o mundo, porque "claramente ilustram o lado ruim da globalização econômica", informaram os organizadores.

 

Fonte: O Globo Online 

 

Gigante de vendas não atende metade dos critérios

da Associação dos Direitos do Trabalhador

 

Uma das coisas que inicialmente chama a atenção na trajetória do Wal-Mart é sua velocidade de expansão e seus ganhos cada vez maiores.

 

Mas essas não são as únicas estatísticas espantosas sobre o grupo. De acordo com um artigo de Bárbara Ehrenreich, publicado no Jornal O Estado de S. Paulo, o Wal-Mart falha em pelo menos cinco dos dez critérios estabelecidos pelo Worker Rights Consortium (Associação dos Direitos do Trabalhador).

 

A empresa também tem um índice de rotatividade de 44%, um número absurdo de troca de funcionários, para quem já foi capa da Revista Fortune como a melhor empresa para se trabalhar nos EUA ou mesmo para qualquer empresa do planeta.

 

Bárbara lembra em seu artigo que o Wal-Mart é louvado por levar o consumismo às massas, mas mais da metade de seus próprios associados (funcionários) não tem meios de pagar o seguro saúde da empresa ou mesmo comprar uma camisa pólo igual ao uniforme adotado pela empresa, que custa 7 dólares.

 

Fonte: Bárbara Ehrenreich para o Estado de S. Paulo

 

Wal-Mart é acusado de sonegação no RJ

 

Quatro diretores do grupo Wal-Mart são acusados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de sonegação de impostos e fraude tributária no montante de R$ 40 milhões.

 

O MP alega que houve sonegação nas vendas de duas filiais do grupo no Méier, Zona Norte, e numa filial do grupo no município de Niterói, entre 2000 e 2003. Segundo nota do MP, a Secretaria de Estado da Receita detectou a sonegação e fez pedidos de apresentação de documentos de contabilidade da empresa, que não foram atendidos. Além disso, segundo o MP, a fiscalização constatou irregularidades envolvendo somas erradas de valores e créditos fiscais indevidos.

 

Fonte: Netsite (www.netsite.com.br/empresasenegocios) 

 

Marketing para neutralizar irresponsabilidade social

 

A repercussão de tantos processos trabalhistas contra o grupo, a constante falência de pequenos negócios onde ele se instala e o crescimento de um movimento anti-Wal-Mart, principalmente nos EUA, levou o Wal-Mart a investir em ações beneficentes com o objetivo de combater a imagem de mau empregador e disseminador da pobreza.

 

O grupo aposta que um pouco de marketing social pode neutralizar as constantes más notícias sobre sua atuação em todo o mundo. E, como muitas empresas fazem, o Wal-Mart usa só o marketing e esquece o social, que significaria entre outras coisas ações globais contra a pobreza, respeito às legislações ambientais e trabalhistas, valorização de seus funcionários. No entanto, quando se valoriza somente o marketing, como o Wal-Mart, divulga-se muito e faz-se nada. Isso é o nosso conhecido neoliberalismo, acompanhado do amigo pós-modernismo.

 

 

Práticas anti-sindicais

 

Wal-Mart decide fechar única loja sindicalizada

da América do Norte

 

O gigante americano de vendas no varejo mostrou que não aceita a sindicalização de seus funcionários no Canadá.

 

O Wal-Mart anunciou que vai fechar em 6 de maio sua loja de Jonquière, um pequena cidade do interior do Québec. Coincidentemente, esta é a única loja Wal-Mart de toda a América do Norte em que os funcionários formaram um sindicato. 

 

Em um comunicado, o Wal-Mart do Canadá afirmou que a falta de acordo com o sindicato o obriga a encerrar suas atividades. Com essa medida, 190 pessoas perderão seus empregos. Vários sindicatos denunciaram essa decisão arbitrária e convocaram um boicote à rede americana de supermercados.

 

Bernard Landry, ex-primeiro-ministro do Québec e líder da oposição ao governo, declarou que essas práticas anti-sindicais não podem mais ser toleradas. 

 

Fonte: Rádio Canadá Internacional (www.rcinet.ca/po/index.shtml)

 

Pesquisa mostra que práticas anti-sindicais

são comuns no Brasil

 

Uma pesquisa realizada pelo Observatório Social apurou que as prática anti-sindicais do Wal-Mart não se limitam às lojas americanas e canadenses.

 

No Brasil, o Wal-Mart também impede qualquer dirigente sindical de entrar em suas lojas, divulgar reuniões ou ações dos sindicatos.

 

Mas, não é só. A rede também incita os funcionários a não se sindicalizarem, disseminando entre eles a idéia de que a empresa é uma mãe e resolve todos os problemas dos "associados" (nome dado pelo Wal-Mart a seus funcionários).

 

Fonte: Valor Econômico

 

 

O Wal-Mart em números

 

Grupo pretende crescer 50% até 2007

 

A rede Wal-Mart é a maior empresa privada em número de funcionários nos EUA, com mais de 1,3 milhão de funcionários. A maior varejista do planeta tem faturamento anual de 250 milhões de dólares, o que equivale à metade do PIB do Brasil.

 

No Brasil, antes de comprar a rede Bom Preço (do Nordeste), o Wal-Mart ocupava o 6° lugar no ranking de supermercados, de acordo com a ABRAS (Associação Brasileira de supermercados), com faturamento de R$ 1,9 milhão e 25 lojas.

 

Com a recente aquisição do Bom Preço, o Wal-Mart passou do 6° para o 3° lugar com faturamento de R$ 5,3 milhão e 143 lojas. Agora, o grupo está atrás apenas de Carrefour (2° lugar) e Companhia Brasileira de Distribuição - Pão de Açúcar e Extra - (1° lugar).

 

Estima-se que mais de 100 milhões de pessoas circulam pelas gôndolas do grupo a cada semana, o equivalente a dez vezes a população inteira de Portugal.

 

A rede possui 5.000 filiais espalhadas por 11 países e planeja fechar 2007 com faturamento de 370 bilhões de dólares, praticamente 50% de crescimento em relação à situação atual.

 


CONTRACS
6 de abril de 2005


 

 

  UITA - Secretaría Regional Latinoamericana - Montevideo - Uruguay

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