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     Paraguay

  

 

Com Jorge Cáceres, do SINTRACERVEPAR
Cervepar dispõe de "sentenças a la carte" na justiça paraguaia

 

Já faz um ano que os trabalhadores da Cervejaria Paraguaya SA, de propriedade da gigante AB-InBev, vêm enfrentando uma política de perseguição sindical, de transgressão do Convênio Coletivo assinado no início de 2010 e, pior ainda, de conivência das autoridades judiciárias com a empresa. Sirel dialogou com Jorge Cáceres, secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Cervepar (SINTRACERVEPAR) para saber dos detalhes desta dura realidade.
 

-Quais são os problemas que vocês estão enfrentando na Cervepar?
-Em discussões bipartites com a empresa estamos reclamando, desde junho do ano passado, com relação aos trabalhadores terceirizados, do descumprimento da cláusula 14 do nosso Convênio Coletivo, que se refere à retenção da contribuição sindical por parte da empresa, e das dificuldades enfrentadas pelos companheiros do setor de Vendas, onde existem atualmente diferenças salariais, apesar de todos realizarem a mesma tarefa.

 

Temos denunciado as péssimas condições de trabalho e os salários de fome pagos aos trabalhadores da Distribuição. O Ministério do Trabalho já constatou estas irregularidades e intimou a Cervepar a regularizar esta situação, mas a companhia continua usando sua influência no Poder Judiciário para se esquivar de suas obrigações.

 

Desde as primeiras reuniões, a Gerência se mantém absolutamente intransigente com relação a todos os pontos de nossas reivindicações.

 

Além disso, sob o pretexto de que se mantêm péssimas as relações com a organização sindical, em novembro de 2009 a empresa decidiu não mais reter a contribuição sindical, violando desta forma a cláusula 14 do Convênio Coletivo assinado em janeiro deste ano.

 

-Como é que esta medida afeta o Sindicato?

-As contribuições sindicais são o único recurso que temos para manter a organização. Com esta medida, estão tirando o nosso oxigênio. Desde que Adrián Lachowski assumiu a Gerência Geral, no final do ano passado, desencadeou-se uma verdadeira perseguição contra os filiados ao Sindicato, e especialmente contra a sua diretoria.

 

-Que medidas vocês tomaram diante deste cenário?

-Nós fizemos várias denúncias, tanto na Comissão de Direitos Humanos do Parlamento como no Ministério da Justiça e do Trabalho. Todas as esferas do Estado estão cientes da nossa situação.

 

-Como você analisa esta situação?

-O problema todo reside na pessoa de Adrián Lachowski, que se recusa a negociar com o Sindicato e mantém uma postura abertamente hostil, valendo-se do poder econômico que a AB-InBev detém no país para desobedecer às disposições do Convênio, forçando a que os casos cheguem ao Judiciário, porque sabem que lá eles têm influência suficiente para inclinar a balança a seu favor.

 

A Gerência da Cervepar usa a expressão "sentenças a la carte” para dizer que eles podem pedir o que quiserem aos juízes, e que qualquer processo iniciado por nós jamais prosperará, porque eles dominam o Poder Judiciário.

 

Então, apelamos à solidariedade internacional, à mediação da UITA e à unidade dos trabalhadores da AB-InBev do mundo para enfrentar esta companhia. Esta é a nossa maior esperança.

 

 

Em Montevidéu, Amalia Antúnez

Rel-UITA

24 de novembro  de 2010

 

 

 

 

 

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