O resistente e maligno gen Brahma
atinge a Europa
Três anos atrás escrevíamos sobre a existência de um gen que
a cervejaria brasileira Brahma havia transmitido para a
AmBev (O
“gen Brahma” explica o estilo AmBev). O vírus
perdurou na posterior etapa da InBev e, como veremos a
seguir, encontra-se no DNA da atual Anheuser-Busch InBev (AB
InBev).
Faz
nove dias que os empregados da AB InBev na Bélgica
bloquearam as cervejarias das cidades de Jupille,
Lovaina e Hoegaarden, impedindo a saída dos
caminhões. Em conseqüência, já se anuncia que as reservas
das marcas da AB InBev, entre outras Jupiter,
Stella e Leffe -que no total representam mais
de 50 por cento da produção belga de cerveja- encontram-se em um
nível crítico em várias cadeias de supermercados.
O
conflito se originou da pretensão da AB InBev de
eliminar 263 postos de trabalho, equivalentes a 10 por cento dos
2.700 registrados na Bélgica. O pretexto é bem
conhecido em nossas latitudes: a queda do consumo como
conseqüência da crise econômica. Mesmo que o desemprego seja
alto no país -20 por cento na região de Bruxelas- o fato é
que a Europa está vivendo um dos invernos mais
rigorosos das últimas décadas e, no entanto, desde o começo
do ano o consumo de cerveja se reduziu apenas 1,9 por cento.
Levando
em conta os dias de hoje, não existe um critério uniforme
entre os juízes que se ocupam do caso. O de Lieja se
negou a impor multas aos trabalhadores, enquanto que outro,
em Lovaina, ordenou o fim do bloqueio. Por sua vez, a
ministra de emprego, Joëlle Milquet, considerou
"inaceitável" ver "uma empresa que consegue despedir tão
facilmente um número de pessoas apesar de obter benefícios".
Levando em consideração a sua origem brasileira, não há frio
nem neve que detenha o maligno gen Brahma.
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