A verdadeira cara da AmBev
Considerada
culpada de “concorrência desleal” e de violar a lei
antitruste brasileira, a transnacional AmBev foi condenada
ontem pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)
a pagar uma multa de 176 milhões de dólares.
A agência internacional EFE informou que “Segundo o
CADE, a empresa AmBev, transnacional
belgo-brasileira que produz as cervejas Skol,
Brahma e Antarctica, entre outras, foi multada
por exigir a exclusividade de seus produtos nos pontos de
venda e, assim, inibir a comercialização de outras marcas
através de programas de fidelização”.
Na opinião do Conselheiro do CADE, Fernando
Magalhães Furlan, “os mais prejudicados foram os
consumidores que não podiam obter a variedade e os preços
desejados”.
Além disso, Magalhães afirmou que a empresa “sempre
atuou no limite da legalidade”.
O processo começou com a denúncia da Schincariol, uma
empresa concorrente da AmBev, que se queixou de haver
perdido 20 por cento do seu mercado como consequência das
práticas monopólicas da belgo-brasileira.
O CADE também ordenou à AmBev que acabasse com
os seus “programas de fidelidade” com a ameaça de lhe cobrar
uma multa diária de 27 mil dólares.
Consultado por Sirel, o presidente da Confederação
Nacional de Trabalhadores da Alimentação (CONTAC),
Siderlei de Oliveira, expressou que “se trata de uma
briga de ‘cachorro grande’. É uma situação que não afeta os
trabalhadores, mas serve para se ter uma idéia dos lucros
que a AmBev obtém, já que a multa corresponde a 2 por
cento de seus lucros de 2003, um ano antes da denúncia ter
sido feita.
Por outro lado –continuou Siderlei–, isto confirma
mais uma vez o tipo de metodologia ‘militarizada’ que esta
transnacional aplica, que não hesita em violar leis a fim de
obter maiores lucros. Esta é a verdadeira cara da AmBev.
Se ela é capaz de enfrentar desta maneira os seus ‘colegas’,
os seus pares, é fácil imaginar o que não seria capaz de
fazer aos seus trabalhadores”.
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