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     Brasil

 

SEARA/CARGILL

 

Não é luta de classes: é ESCRAVIDÃO

 

 

Empresa demite por justa causa trabalhador afastado por auxilio doença.

 

Forquilhinha – Uma das maiores exportadoras de frango do Estado de SC e do Brasil, de propriedade de uma das maiores empresas de agronegócios do mundo a SEARA/CARGILL continua a mutilar e desrespeitar os trabalhadores de suas Unidades. Este fator está demonstrando o porquê ainda a empresa não assinou o Pacto contra a escravidão. O Pacto lançado em 19 de maio do ano passado sob a coordenação da OIT na qual as empresas se comprometem a adotar as medidas para manter o trabalho escravo longe da cadeia produtiva. Ou seja, a SEARA/CARGILL não autoriza a monitoração para saber se cumpre o acordo do Pacto, para assim dar transparência nos negócios. A prova dessa atitude é vivida no dia-a-dia dos trabalhadores em suas unidades em todo o País.

Máquinas - A saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, como a muito tempo vem sendo denunciado, está a cada dia mais ignorada. A frase de Charles Chaplin; “Não sois máquinas. Homens é o que sois” não faz parte da política da empresa. Entre as políticas de recursos humanos da empresa divulgados no site (www.seara.com.br)  está presente a preocupação em “proporcionar segurança e qualidade de vida aos colaboradores” e “atuar com responsabilidade social, contribuindo com o desenvolvimento social da sociedade”. Para o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Criciúma esta não é aplicada no dia-a-dia dentro da empresa.

Demissão - No último dia 13 de junho a SEARA/CARGILL demonstrou mais uma vez que não aceita (ou não quer aceitar) que os trabalhadores e trabalhadoras procurem outros médicos fora da empresa para fazer tratamento de saúde. A nova maneira de intimidar os trabalhadores foi a demissão por justa causa de trabalhadores doentes. O trabalhador Jaime da Silva Matia, 22 anos, da Unidade de Forquilhinha - SC foi demitido por justa causa. A empresa SEARA/CARGILL alegou que o trabalhador abandonou o trabalho por mais de 30 dias. Porém, o trabalhador está em beneficio da Previdência Social até o dia 30 de julho de 2006. O trabalhador tentou comunicar a empresa através de oficio antes de sua demissão, mas como é pratica comum da empresa, ela não recebe nenhum oficio em relação ao afastamento da Previdência. Para o Secretário Geral do Sindicato, Célio Elias, “ a SEARA/CARGILL age como se os trabalhadores fossem seus escravos e não tem direito a tratar de sua saúde fora da empresa”. Segundo Célio Elias “ esta prática ocorre em todas as unidades desta transnacional prejudicando, assim, vários trabalhadores e chegando ao ponto de termos trabalhadores mutilados e inválidos entregues pela SEARA/CARGILL para o mercado de trabalho”.

Resultado - No último ano tem aumentado as manifestações contra estas atitudes cada vez mais freqüentes nas Unidades do País. Nos últimos anos houve greves em algumas unidades e denuncias de: demissões de trabalhadores doentes em todo o País que era verdadeiro caso de polícia, perseguições e demissões de dirigentes sindicais que a empresa foi obrigada pela justiça a reintegrar, cárcere privado e muitos outros abusos. Tudo isso mostra que a SEARA/CARGILL realmente é caso de intervenção dos Órgãos de Direitos Humanos.

 

STIA de Criciúma e Região – CUT

6 de julho de 2006

   

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