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     Brasil

 

Trabalhadores propõem

força-tarefa federal

contra os crimes da Cargill

 

 

“Diante das fartas demonstrações de barbárie, são necessárias ações e fiscalizações mais rigorosas, envolvendo os Ministérios da Saúde, do Trabalho e da Previdência numa força-tarefa para pôr fim aos desmandos desta multinacional, que precisa ser punida de forma exemplar”, afirmou Siderlei de Oliveira, presidente da Confederação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (CONTAC)

 

“A Seara/Cargill tem adotado uma política anti-sindical, convertendo os trabalhadores em seus reféns e escravos. Tem espalhado por meio da superexploração e da intensidade do ritmo de trabalho, lesões e mutilações em todo o país. É hora das autoridades se mobilizarem e darem um basta, pois esta multinacional norte-americana já foi longe demais”, afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac/CUT) e coordenador do Instituto Nacional de Saúde no Trabalho (INST), Siderlei de Oliveira.

 

Para Siderlei, “diante de tantas e tão fartas demonstrações de barbárie da Cargill, que já comprovamos e denunciamos no Senado, na Câmara e nas Assembléias Legislativas, são necessárias ações e fiscalizações mais rigorosas, envolvendo os Ministérios do Trabalho, da Saúde e da Previdência numa verdadeira força-tarefa para pôr fim a esses desmandos”.

 

O sindicalista lembra o caso de Forquilhinha, no interior de Santa Catarina, onde a multinacional tem se utilizado “da coação e do assédio moral, chantageando os trabalhadores depois que uma decisão judicial pôs fim à barbárie dentro do frigorífico”.

 

Entre os inúmeros e recorrentes problemas detectados pela Justiça estão as baixas temperaturas (menos de 10°) na sala de corte e o elevado número de trabalhadores doentes sem afastamento após o acidente de trabalho.  Em Forquilhinha, a multinacional foi obrigada inclusive a custear uma complexa operação no cérebro de Valdirene João Gonçalves da Silva, uma das trabalhadoras mutiladas pela intensidade do ritmo de trabalho.

 

Em Jaraguá do Sul-SC, recorda o presidente do Sindicato, Sérgio Eccel, “a Cargill colocou lonas pretas em volta da empresa, som potente para impedir os informes do Sindicato durante a greve, policiais dentro dos ônibus e seguranças para impedir o livre trânsito dos trabalhadores, numa prática terrorista”.

 

Dirigente da União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (UITA), Gerardo Iglesias está no Brasil para fortalecer a campanha: “Temos problemas com a Cargill da Argentina aos Estados Unidos, pois ela adota uma prática monstruosa”.

 

 

Hora do Povo

24-7-2007

 

 

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