Os trabalhadores de Refrigerantes Minas Gerais (Remil) -recentemente adquirida pela FEMSA- estão negociando desde agosto as cláusulas salariais do seu convênio coletivo, ainda sem nenhum avanço. O Sirel conversou com Hamilton Jeronimo da Silva, presidente do Sindicato de Trabalhadores das Indústrias de Cerveja e Bebidas de Belo Horizonte, para saber em que etapa a situação está.

-Você poderia nos contar como está sendo o processo de negociação?

-Desde agosto tivemos várias rodadas de negociação e estamos esperando que a FEMSA nos faça uma melhor proposta salarial. No dia 30 de outubro agora, os trabalhadores da Remil se reuniram em duas assembléias - uma no turno da manhã e outra no da tarde - e rejeitaram a proposta feita pela companhia.

-Nesse aspecto, quais são as reivindicações dos trabalhadores?

-Nós trabalhadores estamos pedindo um aumento real de salário de 15 por cento, com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e vale refeição no valor de 200 reais (90 dólares aproximadamente). Outro ponto onde não entramos em acordo é o relativo à participação nos lucros e nos resultados (PLR). A companhia está oferecendo um máximo de 750 reais e nós achamos que a FEMSA pode oferecer mais.

-Quando vocês voltam a se reunir para retomar a negociação?

-Ainda não definimos uma data, mas não passará de uma semana porque já enviamos a comunicação formal para a empresa recusando esta última proposta, que está muito longe do que os trabalhadores estão pedindo.

-Por que você acha que esta negociação está se prolongando tanto?

-Notamos que depois que a mexicana FEMSA comprou a Refrigerantes Minas Gerais (Remil), as negociações se complicaram; o mediador é o mesmo mas as diretrizes, sem dúvida, são outras.