Na segunda-feira passada, dia seis de setembro, a
empresa Polar SA, engarrafadora e distribuidora da
Coca Cola de Bahia Blanca a Ushuaia, no extremo sul da
Argentina, demitiu intempestivamente 145
trabalhadores. O sindicato local e a Federação Argentina
dos Trabalhadores de Águas Gasosas e Afins (Fataga), com
o apoio da Confederação Geral do Trabalho (CGT), estão
mobilizados contra esta medida empresarial. O Sirel
dialogou sobre isto com Pablo Quiroga, secretário
administrativo da FATAGA.
-O que está acontecendo na Polar
SA?
-Na segunda-feira passada, dia 6, a
empresa não permitiu que os trabalhadores entrassem na
fábrica, alegando que havia enviado telegramas de
demissão para 145 companheiros, de um total de 800
trabalhadores dessa fábrica. As notícias eram
contraditórias, já que alguns haviam recebido o
telegrama e outros não. Por isto, a decisão foi entrar
assim mesmo na empresa e permanecer nela, e é o que
estamos fazendo até agora.
-Como a Polar reagiu diante desta
atitude?
-Ontem, quarta-feira 8 de agosto,
houve uma audiência de conciliação obrigatória pedida
pela empresa. Tanto o sindicato como a FATAGA
estiveram presentes. A empresa solicitou um recesso até
a tarde, mas depois não apareceu. O que foi uma
surpresa, porque, como dissemos, a conciliação foi
solicitada pela própria empresa.
-Como vocês responderam?
-Nossa resposta está sendo manter
paralisada não só a fábrica de Neuquén, mas também as de
Trelew e Bahía Blanca, a maior delas, pertencentes à
mesma companhia, juntamente com todos os centros de
distribuição que fazem parte do sistema da Polar.
-Qual vocês acham que é a
motivação da Polar para adotar uma decisão tão
surpreendente?
-Ainda não está claro qual é a
intenção da empresa, porque não pudemos dialogar. É
provável que os proprietários estejam pensando em
ampliar a fábrica da Bahía Blanca e transformar a de
Neuquén em um centro de distribuição, mas não
sabemos. Nossa posição irredutível é de não aceitar
nenhuma demissão e de reivindicar a manutenção das
fontes de trabalho.
-Vocês estão recebendo apoio para
resolver este conflito?
-Contamos com toda a solidariedade da
Confederação Geral do Trabalho (CGT), a nível
nacional e regional.
-Quantos funcionários o grupo
Polar tem como um todo?
-No total, emprega 2 mil
trabalhadores.
-Que ações vocês executarão de
agora em diante?
-Além das paralisações das fábricas
da Polar e de suas distribuidoras, rejeitamos totalmente
este comportamento junto à a Câmara Empresarial, que os
congrega, e também junto à Associação de Fabricantes da
Coca Cola, da qual são integrantes. Nosso
secretário-geral, Raúl
Álvarez, já os advertiu
que, se não chegarmos rapidamente a uma solução,
provavelmente paralisaremos todo o sistema da
Coca Cola na Argentina.
Para isso, também contamos com o
apoio dos companheiros da distribuição, que são os que
operam os caminhões a nível nacional.
Obviamente, preferimos não ter de
recorrer a tais medidas, mas estamos atentos às
novidades que venham a surgir em nível ministerial e, em
função disso, decidiremos como agir.