Colombia

O negócio da água engarrafada

A Coca-Cola FEMSA

comprou a Brisa

 

Por 92 milhões de dólares, a FEMSA adquiriu a Água Brisa

e sua carteira de produtos, da Cervejaria Bavaria,

 filial da SABMiller.

Luis Alejandro Pedraza

 

A Água Brisa é comercializada na Colômbia desde 1994, controla 30 por cento do mercado, sendo a líder em vendas de água purificada no país. Agora se juntará às águas com sabor Dasani, que são comercializadas pelas Coca-Cola Company e Coca-Cola FEMSA.

 

A Brisa, que em 2007 comercializou 47 milhões de caixas, em 2008 conta com fábricas produtoras em Barranquilha, Bucaramanga, Medellín, Cali e Bogotá, além de uma rede de 230 mil varejistas em todo o país. A venda exclui os imóveis e as operações da empresa no Panamá.

 

Sobre esta aquisição do grupo FEMSA, consultamos Luis Alejandro Pedraza, presidente do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Indústria das Bebidas da Colômbia (SICO) e membro do Comitê Executivo da CUT, o qual declarou que “Com esta operação a SABMiller se concentra na produção de cerveja. Nos últimos dias esta transnacional não só se separou da Água Brisa, como também de um importante número de trabalhadores. Escudando-se no problema da recessão econômica internacional, a SABMiller iniciou uma nova onda de demissões. Nos últimos 20 dias, os trabalhadores desta transnacional viveram o terror psicológico, fruto de inesperados chamados que as administrações locais fazem para anunciar os cancelamentos de contrato.

 

Apesar da SABMiller-Bavaria ter destruído o sindicato (SINALTRABAVARIA) e a Convenção Coletiva de Trabalho -recordou Pedraza-, recorremos a um novo pacto coletivo impondo algumas das cláusulas previstas naquela Convenção, como a indenização por fechamento de fábricas, de dependências ou por redução de pessoal. Mas agora, quando a SABMiller tem que aplicar estas cláusulas às demissões, isso é feito de forma discriminada: a uns trabalhadores reconhece esses direitos e a outros não, porque estes outros têm antecedentes sindicais. Age assim de forma cínica e desonesta, repetindo a prática que utilizou para destruir o sindicato e a Convenção.

 

Para os trabalhadores da Água Brisa, deixar a SABMiller implica várias oportunidades, ainda que a situação da FEMSA Colômbia -tal como foi avaliada pela OIT no ano passado- seja exatamente a mesma”, concluiu Pedraza.

 

 

Em Montevidéu, Gerardo Iglesias

Rel-UITA

25 de fevereiro de 2009

 

 

 

Ilustración: aguabrisa.com

Foto: Gerardo Iglesias

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