Com Miguel Luiz dos Santos
Trabalhadores da Doux
em greve
A greve começou na terça-feira 19 de julho, diante da intransigência da
transnacional francesa que não melhora a sua proposta na mesa de
negociação. Miguel Luiz dos Santos (Camarão), presidente do Sindicato
dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação de Passo Fundo (Rio
Grande do Sul), nos dá mais detalhes sobre este conflito.
-Por
que vocês recorreram à greve?
-Desde maio, estamos negociando com a empresa. Infelizmente, a
transnacional não melhora nem um pouco a sua proposta inicial. Por essa
razão, em uma assembleia realizada na terça-feira passada, dia 19 de
julho, os trabalhadores votaram pela greve por tempo indeterminado.
-Quais são as reivindicações do Sindicato?
-As principais reivindicações são o aumento do salário base de 650 para
755 reais, um reajuste para os demais salários de 8,5 por cento,
participação nos lucros de 600 reais, auxílio escolar de 372 reais e
que a empresa forneça transporte para os trabalhadores.
A
Doux-Frangosul
até agora propõe 7,5 por cento de aumento para todos os salários,
retroativo a maio e 0,5 por cento em novembro. Este é o principal ponto
de desacordo com a empresa, motivando a greve.
-A empresa se manifestou diante desta medida de força?
-Fizemos uma reunião quarta-feira passada, onde a empresa levou a mesma
proposta, que obviamente foi rejeitada pelos trabalhadores, que votaram
a favor da continuação da greve.
Deixamos claro que não vamos permitir que venham sempre com a mesma
oferta. A paralisação vai continuar até que a empresa reveja a sua
posição e se engaje em um diálogo sério com o Sindicato.
-Quais são as expectativas para o fim deste conflito?
-Esperamos que a empresa reconsidere e cheguemos a um acordo no curto
prazo.