Doux Frangosul
suspende atividades no RS
A Doux
Frangosul suspendeu o alojamento de aves e paralisou as atividades em
plantas fabris no Estado. A entrega de pintos e ração aos criadores será
interrompida até o fim das negociações entre a multinacional francesa e
um novo investidor, o que deve dar desfecho à novela de atrasos de
pagamento que se arrasta desde 2008.
Fonte ligada à
direção da empresa no RS informa que já foi assinado um memorando de
intenções entre a Doux e o investidor, e que as negociações devem
ser finalizadas em 90 dias. Informações extraoficiais indicam que a
parte interessada seria o Grupo JBS-Friboi. Procurada, a JBS
disse que "não comenta especulações".
Em Passo
Fundo, a unidade de abate está fechada desde o dia 4, informa o
Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação. Segundo a
Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação, o mesmo
ocorre em Montenegro, que opera só o setor de embutidos.
O presidente da
Federaçao dos Trabalhadores na Agricultura (FETAG), Elton
Weber, disse estar na expectativa para que o acordo se concretize, o
que seria um alívio para produtores.
Luiz Orth,
de Bom Princípio, é um exemplo de quem aguarda pelo fim do impasse. Com
pagamento de lotes atrasado há setes meses, o equivalente a R$ 30 mil, o
produtor já recorreu a empréstimos para pagar as contas. Ele deixou de
alojar aves há 40 dias para reduzir os gastos, após ver parte dos
animais morrerem de fome. "Se não sair pagamento nos próximos meses, não
sei o que vou fazer."
A FETAG
vai aguardar até o final da semana para avaliar o que pode ser feito. "É
uma vela no fim do túnel. Estamos apostando para que tudo se resolva."
Nesta
segunda-feira, teve fim o drama de parte dos 400 integrados de suínos da
empresa. Depois de seis meses de atraso, eles começaram a receber a
segunda e última parcela prevista. Os depósitos dos valores devidos
foram feitos nas contas dos suinocultores em nome da Brasil Foods
(BRF).
A informação
extraoficial é que o pagamento veio após um contrato de gaveta entre
Doux e BRF, já que esta enfrentaria impedimentos do Cade
para novas aquisições.
O assunto é
tratado com sigilo, pois o contrato assinado com os suinocultores possui
cláusula que os impede de comentar o assunto com a imprensa.