França | AVÍCOLAS | DOUX
Circulam boatos sobre suposta venda do
Grupo Doux
Fechamento
de fábrica
deixa a situação tensa na França
Notícia publicada no domingo passado, dia 24, no Journal du Dimanche, da
França, falava sobre uma possível venda do Grupo Doux. A transnacional
avícola desmentiu a operação, mas ...?
A publicação fornecia detalhes da venda: Charles Doux e o resto
da família – que detêm 80 por cento das ações da empresa- estariam
dispostos a vendê-la.
A operação seria gerida pelo banco suíço Lazard, que já teria
recebido quatro ofertas provenientes principalmente dos fundos de
investimento.
"Com 1,3 bilhões de euros em receitas e mais de 100 milhões de margem, o
Journal du Dimanche afirmou que a Doux estaria avaliada em 500
milhões. Mas o grupo entrou em colapso sob o peso de uma dívida de 400
milhões de euros”.
Poucas horas depois da publicação, um comunicado oficial da Doux
declarou: "O
Grupo Doux e seus acionistas desmentem em bloco todas estas afirmações
errôneas.
O Grupo Doux trabalha há muito tempo com os consultores
financeiros e bancários que o ajudam na reestruturação da sua dívida e
em suas opções estratégicas. Tudo isso é bem conhecido e já foi dito
publicamente em várias ocasiões, não há nada novo a este respeito",
concluía o comunicado.
CFDT: nenhuma notícia sobre uma venda
"Que a Doux anda mal, está claro. Mas estou muito surpreso, não temos
informações sobre uma venda",
disse ao Journal du Dimanche Jean-Luc Guillard, delegado central CFDT do
Grupo Doux.
"As últimas reuniões do Comitê Central da Empresa abordaram a questão do
fechamento da fábrica de Champagné-Saint-Hilaire (Vienne). A próxima
reunião para tratar deste assunto está prevista para 18 de
agosto. Esperamos realizar o fechamento até o final de agosto", disse
Guillard, que também denunciou um “plano
de fechamento para ser implementado no período de férias".
De acordo com o Journal du Dimanche, "Esta última medida de fechamento
de uma fábrica em Vienne, com 38 trabalhadores especializados em cabras
e coelhos, que representa apenas 1 por cento da atividade total do
Grupo, não tem nada em comum com a venda do líder europeu do setor
avícola.
Além disso, o Grupo acaba de receber 60 milhões de euros de ajuda de
acordo com a Política Agrícola Comum (PAC) para 2010".
"Nós não tivemos qualquer notícia sobre uma possível venda", disse ao
jornal o representante do pessoal da Doux, Pére Dodu,
acrescentando: "Embora isso não me surpreenda. Tínhamos ouvido falar do
Banco Lazard há dois anos, mas desde então não tivemos mais
notícias".
Dificuldades com a produção
de frango fresco
"Pelo que entendemos, o grupo vale 170 milhões de euros, continuou
Dodu, mas tem uma dívida de 400 milhões.
A Doux tem muitos problemas a nível de frango fresco. Atualmente,
existem várias fábricas de processamento de frango, mas especialmente de
perus, passando de um sistema de dois turnos de sete horas para uma
organização em um turno de sete horas, por causa da perda de atividade".
Como afirmou o representante dos trabalhadores, "A situação é tensa e a
direção tenta reduzir o número de postos de trabalho ao mínimo. Apesar
dos desmentidos, as informações que nos chegam falam de grandes
dificuldades no Brasil", afirmou. "A única coisa que está indo
bem é o frango congelado. Só a fábrica de Châteaulin processa 500 mil
frangos por dia para exportação. É o que sustenta o grupo", afirmou
Dodu.
Cabe acrescentar que, em uma recente Oficina Franco-brasileira,
realizada em Porto Alegre com a presença de representantes da Federação
Geral Agroalimentar (FGA), da França, da Confederação
Nacional dos Trabalhadores da Alimentação (CONTAC), do Brasil,
da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado
do Rio Grande do Sul (FTIA-RG) e da Rel-UITA, estas
organizações decidiram criar um Comitê Internacional de Trabalhadores
da Doux.