Os Trabalhadores do
Sindicato dos Trabalhadores
da Nestlé San Francisco (SITRANESTLESF)
denunciam um novo ataque da
gerência da transnacional
contra dirigentes
sindicais. O Sirel dialogou
com Elvis Duarte,
secretário-geral do
SITRANESTLESF, para conhecer
os pormenores da situação.
--O
que está acontecendo
atualmente na fábrica da
Nestlé de San Francisco de
Macoris?
- Nós, trabalhadores e
dirigentes sindicais,
estamos vivendo uma situação
difícil. Tudo decorre do
fato de, na última
negociação do Convênio
Coletivo, ter ficado
pendente a assinatura dos
acordos especiais, que não
estão incluídos no convênio,
como o das contribuições
trabalhistas e os feriados,
com o compromisso de que
seriam assinados em uma
reunião especialmente
marcada com esta finalidade,
um ou dois meses após a
assinatura do Convênio.
A
Nestlé,
faltando com a sua palavra,
começou a implementar uma
política de contribuições
trabalhistas por conta
própria, sem discutir ou
negociar com o Sindicato.
Portanto, sentimos a
necessidade de levar a
questão ao Ministério do
Trabalho.
Depois de várias reuniões,
com a participação de vários
representantes da empresa,
do Ministério e do
SITRANESTLESF,
inclusive com a intervenção
do vice-presidente da
República, não se chegou a
nenhum acordo sobre esse
ponto.
Neste contexto, o atual
gerente da Nestlé
para a República
Dominicana,
Karl Brobek,
vem desencadeando uma forte
perseguição aos principais
dirigentes sindicais. Nós
acreditamos ser uma medida
para desviar a atenção dos
acordos e também uma manobra
da gerência para impedir uma
reunião que tínhamos marcado
com o presidente da
Nestlé para a região do
Caribe, o Sr
Claude Mambury.
Em 18 de outubro passado, a
empresa enviou ao Sindicato
um documento com um conteúdo
claramente intimidativo. A
nota menciona um
acontecimento ocorrido no
sábado, dia 9 de outubro,
onde o gerente relata a
insubordinação de dois
dirigentes sindicais. Só que
quem começou a insultá-los,
assim que chegou à fábrica,
foi o próprio gerente,
gerando então a reação dos
companheiros.
O "mau comportamento" dos
dirigentes sindicais foi
utilizado como pretexto para
que a reunião não
acontecesse.
- Então, o principal
problema está sendo gerado
por este gerente da empresa
...
- Exatamente. Desde a sua
chegada, há pouco mais de
dois anos, este gerente
proveniente do Paquistão
iniciou uma ofensiva contra
os trabalhadores,
argumentando que tínhamos
muitos benefícios. Com
relação aos dirigentes
sindicais em particular, ele
mantém uma atitude hostil e
de provocação, que se
manifesta de forma explícita
sempre que possível.
É difícil entender esta
postura da companhia, porque
fora estas questões
pendentes, não há nenhuma
situação pontual de
conflito. Além disso, a
gerência implementou um
amplo sistema de vigilância
e segurança em toda a
fábrica, contratando
pessoal, além de um
importante número de
policiais espalhados pela
fábrica inteira, numa
atitude de provocação aos
trabalhadores.
- Que ações estão sendo
tomadas pelo Sindicato para
responder a esta situação?
- Nós agendamos uma reunião
com nossos assessores,
Fernando de las Rosas e
Rafael “Pepe”
Abreu, entre outros,
para tomar uma posição
diante desta situação de
confrontação mantida pela
Nestlé. É importante
notar que o Sindicato sempre
esteve disponível para o
diálogo, porque os
trabalhadores estão
conscientes da importância
de manter tanto a fábrica em
San Francisco quanto os
postos de trabalho.
Por outro lado, organizações
sociais e sindicais de San
Francisco estão convocando
uma Assembleia geral para o
próximo domingo, com a
finalidade de debater os
rumores de um possível
fechamento da fábrica da
Nestlé.
Nos bastidores, comenta-se
que a transnacional pretende
transferir a produção desta
fábrica para as unidades que
possui no Panamá e na
Guatemala, e
converter o país em um
centro de distribuição para
a região do Caribe.
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