Brasil
Nestlé do Brasil
usurpa trabalhadores |
Multinacional
DPA-Nestlé é obrigada a mudar escala
ilegal de seus 17.670
funcionários no país.
O
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação e Afins no
Estado da
Bahia (SINDALIMENTAÇÃO) conseguiu uma expressiva vitória
junto à direção da DPA-Nestlé. A escala de trabalho adotada
pela empresa suíça em todo o Brasil (7 por 1), que penaliza
os funcionários, deverá ser mudada, para cumprir o que manda a lei.
Com isso, os trabalhadores passarão a ter, finalmente, seu descanso
semanal respeitado.
A empresa adota a
famigerada escala de sete dias de trabalho por um de descanso, com
jornada diária de 7 horas e 20 minutos. Quando somado, o tempo total
de trabalho dos funcionários da Nestlé ultrapassa a carga horária
semanal máxima permitida em lei, que é de 44 horas. Os trabalhadores
eram obrigados a trabalhar 51 horas e 20 minutos semanalmente.
De
acordo com a diretoria do SINDALIMENTAÇÃO, essa correção na
escala vai beneficiar não só os empregados da unidade de Itabuna,
que somam 110, mas os 17.670 trabalhadores diretos da multinacional
em todo o país, já que o regime imposto pela Nestlé é igual em
várias unidades nacionais.
"Todos os trabalhadores submetidos a esta carga horária semanal têm
os mesmos direitos que os companheiros de Itabuna a ter revista sua
extenuante jornada", afirmou Siderlei de Oliveira, presidente
da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias da
Alimentação (CONTAC/CUT). Além disso, frisou Siderlei,
a multinacional terá que pagar a média de 364 horas por ano
trabalhado neste regime, devido à indenização por hora extra.
"Quem tem dez anos
de serviço, como é o caso de muitos funcionários, tem direito a
receber 3.640 horas extras. É uma questão de justiça", sublinhou.
Conforme o coordenador de Políticas Sindicais do SINDALIMENTAÇÃO,
Eduardo Sodré, o Sindicato fundamentou a reivindicação na
decisão da 6ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST),
no processo movido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Vespasiano e
Região contra a Belgo Mineira Bekaert Artefatos de Arame Ltda
(BMB - ArcelorMittal), publicada no dia 30 de junho de 2008. A sentença
determinou a ilegalidade dessa jornada, que era adotada pela BMB.
"O
Sindicato manterá a vigilância até que a mudança para 44 horas
semanais seja efetivada", declarou o diretor jurídico do
SINDALIMENTAÇÃO, Antônio Nunes,
frisando que a entidade conta com uma representação no Ministério
Público do Trabalho para assegurar o respeito aos direitos dos
trabalhadores.
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CONTAC
Confederación Nacional de los
Trabajadores en las Industrias
de la Alimentación y
Agroindustrias
8 de mayo de 2009 |
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