Está encerrada a campanha
“Nós somos os 53”, cujo
objetivo era obter a
recontratação de 53
trabalhadores do Sindicato
de Trabalhadores da Nestlé
Panjang (SBNIP) - filiado à
UITA- despedidos
arbitrariamente pela Nestlé
em sua fábrica de Panjang,
Indonésia.
No contexto da campanha
“Nunca mais NESpressão”,
conquistou-se uma vitória
muito importante que
beneficia os filiados ao
SBNIP, organização que
representa 87 trabalhadores
da fábrica da Nestlé
em Panjang, Indonésia.
Em 2007 foi iniciado um
conflito, quando o SBNIP
apresentou uma pauta de
reivindicações para negociar
o Convênio Coletivo
correspondente ao período
2008-2009, reivindicando,
entre outras coisas,
salários negociados em lugar
de aumentos salariais
anuais, impostos pela
empresa.
A reação imediata por parte
da direção local foi, por um
lado, de exigir que a
delegacia do trabalho
verificasse a legitimidade
do Sindicato, e, além disso,
alguns dias depois organizou
uma “cerimônia de entrega de
prêmios” durante a qual,
casualmente, foi fundado um
sindicato de empresa - o
Fórum de Comunicação de
Trabalhadores da Nestlé (FKBNIP)-
em um luxuoso hotel de
Panjang.
Enquanto o processo
avançava na OCDE, a
Direção aproveitou
para coagir os
integrantes do SBNIP
a abandonar a
organização e se
filiarem ao
Sindicato pró
empresa. |
Denúncia à OCDE
Em novembro de 2008, a
UITA apresentou uma
denúncia contra a Nestlé
relativa ao Ponto Nacional
de Contato suíço, sob as
Diretrizes para Empresas
Multinacionais da OCDE.
Diante do mencionado órgão,
foi denunciada a radical
política antissindicalista
da Nestlé na
Indonésia, cujos
representantes apregoam que
“a remuneração é
prerrogativa do empregador e
está baseada no desempenho
individual”.* Finalmente, em
2009, a Nestlé
aceitou negociar, mas a
Direção local impôs ao
SBNIP a inclusão de
representantes do Sindicato
pró-empresa nessas
negociações, com os
prejuízos que isto implica
para a negociação.
Enquanto o processo avançava
na OCDE, a Direção
aproveitou para coagir os
integrantes do SBNIP
a abandonar a organização e
se filiarem ao Sindicato
pró-empresa.
Depois de uma
intensa campanha
internacional e
graças à
solidariedade das
organizações
filiadas à UITA, no
dia 30 de maio
passado a Nestlé
aceitou recontratar
os 53 trabalhadores
despedidos. |
Em 19 de março de 2010, a
Direção exigiu novamente que
o SBNIP se submetesse
a um processo de
verificação, fato que gerou
a resposta dos
trabalhadores, que
elaboraram um comunicado no
qual estabeleciam que o “SBNIP
é o único Sindicato da
Nestlé Panjang. Foi
criado livre e
independentemente pelos
trabalhadores e
trabalhadoras da Nestlé
Panjang e é o único
agente de negociação que
representa os interesses dos
trabalhadores e
trabalhadoras da Nestlé
Panjang”. Ao receber
esta declaração, a Direção
se negou a continuar
negociando e garantiu que
insistiria no processo de
verificação.
Depois de mais de um ano de
conflito, e apesar da luta
dos trabalhadores e uma
forte campanha internacional
-“Nunca mais NESpressão”-
levada adiante pela UITA
e suas filiadas, nos dias 5
e 6 de outubro de 2011, a
Nestlé despediu 53 dos
87 trabalhadores do SBNIP.
Os pretextos que a
transnacional alegou para
despedir estes trabalhadores
careciam de qualquer
fundamento e não foram mais
que outra demonstração de
força diante de um Sindicato
que vem lutando há mais de
cinco anos para que a
Nestlé o reconheça como
legítimo representante dos
trabalhadores.
“Nós somos os 53”
Durante o 26º Congresso da
UITA, realizado entre
os dias 15 e 18 de maio
deste ano, foi lançada uma
nova fase da campanha “Nunca
mais NESpressão”, sob o
slogan “Nós somos os 53!”
que, entre outros objetivos,
buscava arrecadar fundos
para ajudar as famílias dos
53 trabalhadores despedidos
e obrigar a Nestlé a
reconduzi-los aos seus
postos de trabalho.
Finalmente, e depois de uma
intensa campanha
internacional e graças à
solidariedade das
organizações filiadas à
UITA, no dia 30 de maio
passado, a Nestlé
aceitou recontratar os 53
trabalhadores despedidos e a
negociar com o SBNIP
de boa fé, garantindo,
também, que não haveria
qualquer consequência
negativa para eles.
Há necessidade de estarmos
atentos ao cumprimento
destes acordos, ao mesmo
tempo em que esperamos
melhor disposição por parte
da Nestlé em escutar
as denúncias de tantos
outros sindicatos que estão
lutando para que sejam
respeitados os seus
direitos.
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