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Atuação conjunta de sindicatos da CUT e da Força foi responsável por bom acordo na Parmalat

 

Passados pouco mais de dois meses do término da campanha salarial dos trabalhadores da Parmalat no Brasil, integrantes da Comissão Nacional Unificada (que reuniu sindicatos ligados à Força Sindical e à CUT), responsável pela condução do acordo, ainda ressaltam a importância dessa unificação, na continuidade dos trabalhos, além de apostarem na recuperação da empresa.

 

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios, Açúcar e Café de São Paulo (ligado à Força Sindical), Geraldo Gonçalves Pires, acredita que o acordo só foi possível porque as lideranças das entidades deixaram de lado as divergências históricas que separam CUT e Força Sindical, para focalizarem a atuação em interesses dos trabalhadores.

 

“Se fôssemos fazer acordos por sindicatos, acredito que não chegaríamos a esse resultado”, analisa Geraldo.

 

O acordo fechado recuperou a inflação do período (6,61%) e elevou o piso da categoria para R$ 410,00, quando em alguns lugares do país, se pagava R$ 318,00. Para Geraldo, após esta atuação conjunta, trabalhadores e sindicatos saíram fortalecidos das negociações.

 

O sindicalista, no entanto, ressalta que “seria difícil” repetir esta unificação de esforços em campanhas salariais realizadas por sindicatos de outros ramos profissionais. Segundo Geraldo, as divergências entre CUT e Força Sindical ainda prevaleceriam e porque, nem todas as grandes empresas têm trabalhadores representados por sindicatos ligados à Força e à CUT ao mesmo tempo, como é o caso da Parmalat. “No entanto, no que depender de mim, vou fazer todos os esforços para que isso aconteça, porque a experiência da Comissão Unificada foi muito positiva”, disse.

 

A Comissão Unificada se reunirá ainda este ano para preparar a campanha salarial de 2006. “Queremos debater com antecedência e realizarmos novamente um bom acordo”, diz Geraldo, para quem a Parmalat vem cumprindo o que foi determinado no acordo de junho, “pelo menos, até agora, ninguém reclamou”, diz.

 

Na CUT, a opinião é a mesma

 

A opinião do presidente da Contac (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Alimentação e Cereais da CUT), Siderlei de Oliveira, é a mesma; “foi um bom acordo, visto as condições da Parmalat no Brasil”. No entanto, Siderlei aposta na manutenção da Comissão Unificada para a realização de bons acordos em outros setores da alimentação, como a Sadia (uma das maiores empresas da indústria de carne do país).

 

 

Sergio Santos

29 de agosto de 2005

 

 

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