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   Brasil  
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Campaña 
Contra la Violencia en el Campo 
Acusados da morte de 
 
Dorothy Stang 
 
são denunciados pelo MPF  | 
 
 
 
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Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão 
mantinham 28 trabalhadores em regime análogo á escravidão na 
fazenda Rio Verde, em Anapu 
  
O Ministério Público Federal no Pará denunciou na última 
semana os fazendeiros Regivaldo Pereira Galvão, 
o Taradão, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, 
Vander Paixão Bastos de Moura e Valdivino 
Felipe de Andrade Filho, à Justiça Federal em Altamira, 
pelos crimes de redução à condição análoga a de escravo, 
frustração de direito trabalhista, aliciamento de 
trabalhadores e falsificação e omissão de informação em 
documento público. Eles são acusados de manter 28 
trabalhadores em condição de escravidão na Fazenda Rio 
Verde, a 60 km de Anapu, na região da Transamazônica, e 
podem ser condenados a penas que variam de um a 24 anos de 
prisão. 
  
O flagrante foi feito pelo Grupo Especial de Fiscalização 
Móvel do Ministério do Trabalho em 2004, e os funcionários 
foram libertados e tiveram os direitos trabalhistas pagos. 
Eles foram encontrados no meio da mata fechada e tinham como 
único abrigo um barraco de palha e plástico preto, com chão 
de terra batida. O acampamento não tinha sanitários, fossas, 
fornecimento de água potável, ou materiais de primeiros 
socorros e os trabalhadores não recebiam equipamentos de 
proteção individual. Como o serviço hospitalar mais próximo 
da área fica a 60km, alguns dos que foram libertados estavam 
feridos e não tinham recebido nenhum atendimento médico.
 
  
"Nenhum dos trabalhadores teve seu registro em ficha ou 
livro próprios, e nem a Carteira de Trabalho e Previdência 
Social regularmente anotada e assinada, bem como que, dos 
depoimentos prestados perante a Polícia Federal, inferiu-se 
que a jornada de trabalho diária era abusiva e não concedido 
o repouso semanal remunerado, remunerando-se os finais de 
semana somente se trabalhado. Não houve cadastro e 
recolhimento de benefícios previdenciários pelo empregador 
junto ao INSS", informa a denúncia do MPF.
 
  
Além dos crimes relacionados ao trabalho escravo, 
Regivaldo Galvão, Valdivino Felipe de Andrade e
Vitalmiro Bastos de Moura são acusados de 
falsificação de documento público, porque, numa tentativa de 
livrar Regivaldo da responsabilidade pelo que 
acontecia na fazenda, simularam uma falsa operação de compra 
e venda do imóvel. Além disso, apesar de aparecer no 
contrato o nome de Valdivino de Andrade como 
comprador das terras, através dos dados do sigilo bancário 
descobriu-se que tudo foi pago com o dinheiro de 
Regivaldo.  
  
Outra prova de que a fazenda pertence realmente à 
Regivaldo, como consta nos depoimentos dos 28 
trabalhadores libertados, é que durante o processo de 
liquidação de dívidas da Rio Verde com a Previdência Social, 
quem se responsabilizou pelo pagamento foi o empresário. 
Tanto ele quanto seu sócio Vitalmiro Bastos de Moura 
são acusados de envolvimento no assassinato, em 2005, da 
missionária Dorothy Mae Stang, em Anapu. Vitalmiro 
já foi condenado a 30 anos de prisão e Regivaldo deve 
ser julgado nos próximos meses pelo crime.  
   
Carta 
Maior 
25 de julho 
de 2007 
  
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