Brasil

 

Protesto no Pará cobra punição para mandante do assassinato de Dorothy Stang

 

Após dois anos de impunidade no caso da morte da missionária estadunidense Dorothy Stang, assassinada a tiros em fevereiro de 2005, na região do município Anapu (PA), manifestantes se preparam para cobrar a condenação do fazendeiro acusado de ser um dos mandantes do crime. Cerca de mil pessoas devem participar do ato de protesto que será realizado entre os dias 14 e 15 de maio, dias em que deve ocorrer o julgamento do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida. O protesto será em frente ao Tribunal de Justiça do Pará, em Belém.

 

Três acusados de serem os autores dos disparos contra a missionária já foram condenados, restando apenas os mandantes. Além de Bida, Regivaldo Pereira Galvão, também acusado como mandante, ainda espera por julgamento. Nesta região, uma com um dos maiores índices de conflitos no campo, a violência continua. Segundo publicação da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de 2006, que faz levantamento destes conflitos em todo o país, o Pará, pelo segundo ano consecutivo, é o estado campeão em mortes no campo. Só em 2006, a CPT registrou 24 assassinatos, 78 conflitos e 118 pessoas foram ameaçadas.

 

As causas desta violência passam por multinacionais que expulsam comunidades tradicionais, como indígenas, de suas terras, grilagem de terra e desmatamento ilegal. O manifestação, segundo os organizadores, quer mostrar que protagonistas de crimes como estes têm o respaldo dos poderes executivo, legislativo e judiciário. O governo federal realizou este ano, uma ação na área onde Dorothy foi assassinada para exigir a retirada dos grileiros do local. Bida, segundo o Instituto Nacional de Colonização e da Reforma Agrária (Incra), é um destes grileiros.

 

Gisele Barbieri

Radioagência Notícias do Planalto

15 de maio de 2007

 

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