O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão chegou há
pouco à Delegacia da Polícia Federal em Altamira
(PA), para prestar depoimento.
Ele
será ouvido no inquérito que investiga informações
de uma ata do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra) sobre uma reunião
realizada no dia 28 de outubro, entre entre
agricultores, assentados, representes do órgão, e o
próprio Regivaldo. Segundo a ata, ele
afirmou ter documentos de posse do lote 55, na zona
rural do município de Anapu (PA), onde a missionária
norte-americana Dorothy Stang foi assassinada
em 2005.
O
fazendeiro, conforme a ata, propôs a agricultores
que vivem na região a troca de 2,5 mil hectares de
floresta do lote 55 que seriam cedidos ao Incra
por uma área de pasto de 500 hectares. Regivaldo
contesta o conteúdo da ata, assinada pelo
representante do Incra em Altamira, Ulair
Batista Nogueira. Segundo o advogado do
fazendeiro, o documento é uma fraude.
Ontem dia 19, ao chegar à delegacia, Regivaldo
disse que apresentará documentos à PF, sem informer
o conteúdo deles, e negou ser dono do lote 55. "A
terra não me pertence, é mais uma mentira
divulgada", disse o fazendeiro, que será ouvido pela
delegada responsável pelo inquérito, Daniela
Soares Araújo. O depoimento será acompanhado
pelo procurador da República em Altamira, Alan
Rogério Mansur Silva.
O
fazendeiro é acusado de ser um dos mandantes do
assassinato de Dorothy Stang. Ele chegou a
ser preso, mas responde ao processo em liberdade.
Regivaldo é o único dos acusados de
participação no crime que ainda não foi a julgamento.
Ivan Richard
20 de novembro de 2008
|