Relatório internacional
divulgado nesta quarta-feira
(23) lembra que continuam
pendentes no Congresso reformas
constitucionais que permitiriam
o confisco de terras onde
ocorreu trabalho escravo no
Brasil
As prometidas reformas na
Constituição para permitir o
confisco de terras onde se
verifica trabalho escravo
continuam pendentes no
Congresso, destaca a Anistia
Internacional em seu Informe
2007. O documento, divulgado
nesta quarta-feira (23), é
resultado da avaliação anual que
a organização faz dos direitos
humanos em todo o mundo.
Entre as principais leis que
tramitam no Congresso sobre o
tema está a Proposta de Emenda
Constitucional 438/01, a "PEC
do Trabalho Escravo". Ela prevê
a expropriação de terras onde
for flagrada a prática desse
crime, destinando a propriedade
para reforma agrária. O projeto,
aprovado no Senado e na Câmara
em primeiro turno, ainda aguarda
uma segunda aprovação.
Por outro lado, a Anistia
Internacional avalia que houve
progresso em 2006 no combate ao
trabalho escravo no Brasil,
embora o problema esteja "longe
de ser erradicado". Em seu
relatório, a entidade informa
que, de acordo com a Organização
Internacional do Trabalho (OIT),
grupos móveis do governo federal
libertaram, desde 1995, 18 mil
pessoas da servidão por dívida.
Ainda assim, a organização
destaca dados da Comissão
Pastoral da Terra que indicam
haver, todos os anos, cerca de 8
mil pessoas forçadas a
submeter-se a condições de
trabalho análogas à escravidão
ou à servidão por dívida.
A existência de problemas nos
sistemas prisional, judicial e
de segurança pública, que
contribuíram para níveis
elevados de violência, é um dos
principais destaques do
relatório em relação à situação
dos direitos humanos na
realidade brasileira. Em sua
análise global, a Anistia
Internacional afirma que
"políticas míopes" dos governos
estão enfraquecendo os direitos
humanos, alimentando a xenofobia
e o racismo no mundo.
Fonte: Agência
Repórter Brasil
Tomado de CONTAG
24 de maio de 2007