Brasil -
Pará
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Campanha Internacional
de Combate a Violência no Campo
Caso Dezinho - Vitória Judicial
9 anos de prisão para o assassino |
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Com Maria
Joel Dias da Costa, “Joelma”
"Foi dado um enorme passo adiante, mas devemos continuar lutando pela
verdade e justiça”
Foi condenado a 29 anos de
prisão o assassino de Dezinho que, no momento de sua morte, era o
presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará.
Este é um dos casos emblemáticos da campanha internacional “Chega
de violência no campo! Corte este mal pela raiz!”
que vem sendo promovida pela UITA e pela CONTAG.
Em conversa com SIREL,
Joelma, a viúva de Dezinho, que atualmente ocupa a
presidência do mesmo Sindicato que seu marido assassinado dirigia,
expressou que “Esta não é a vitória definitiva, mas um enorme passo
adiante nesta tremenda luta que levamos já se vão mais de seis anos.
Este passo não dei sozinha e com minha família, mas também com muitos
homens e mulheres que, na região, no Brasil e no mundo inteiro somaram
suas forças conosco nesta luta por justiça e por verdade.
Temos que seguir adiante -
assinalou Joelma-, porque este sentenciado de hoje foi apenas o
braço executor do crime, mas ainda estão livres aqueles que mandaram
assassinar, os que pagaram para levar a morte. Sabemos quem são eles e
não descansaremos enquanto não forem julgados e condenados. Para isso,
espero continuar recebendo o apoio de todos, especialmente de vocês da
UITA, que sempre nos têm ajudado a conseguir muita solidariedade
internacional, tão importante, tão essencial na resolução destes casos.
Quero aproveitar esta
oportunidade para agradecer a grande corrente de solidariedade formada e
para convocar todas essas pessoas, e muitas outras mais que possam e
queiram, a contribuírem com o seu grãozinho de areia nesta luta, que não
é apenas por Dezinho, meu querido companheiro assassinado, mas
também por todos os trabalhadores e todas as trabalhadoras rurais que
estão sendo ameaçados e perseguidos no campo brasileiro”.
Carlos Amorín
©
Rel-UITA
24 de novembro de 2006 |
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Rondón do
Pará
Assassino de sindicalista
pega 29 anos de prisão |
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Essa
foi a sentença que condenou, na noite desta segunda-feira (13), o
pistoleiro Wellington de Jesus da Silva, acusado de assassinar em
2000 o então presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Rondom do Pará, José Dutra da Costa, o Dezinho.
A
sensação de parentes e amigos do sindicalista foi de alívio e
justiça. Eles comemoraram abraçados a decisão proferida no Tribunal
de Justiça do Pará. A luta agora é para punir o suposto mandante do
crime, o fazendeiro Décio José Barroso Nunes, o Delsão, e os dois
homens acusados de contratar o pistoleiro. Ainda não há data
prevista para os envolvidos irem a julgamento.
Segundo
a coordenadora da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais
e vice-presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT),
Carmem Foro, a condenação representa sinal positivo de que a Justiça
começou a ser feita no Pará. “Essa tendência começa com a eleição da
nova governadora, Ana Júlia Carepa, quando quebramos o império do
PSDB de 12 anos no estado. A pressão popular foi significativa para
que o réu fosse condenado com a pena máxima de 29 anos”, explicou.
Na
opinião de Carmem, a avaliação do movimento sindical é de que apenas
começou a caminhada de vários julgamentos que virão a seguir.
“Sempre vamos entender que será decisiva a presença da população e
do movimento sindical no dia a dia de pressão para os processos irem
a julgamento. No caso de Dezinho, só foi julgado o pistoleiro. Ainda
vamos ter de brigar para que o mandante do assassinato do
companheiro vá a julgamento.”
Ainda
não há previsão do julgamento do mandante. Segundo Carmen, isso vai
depender do movimento que será feito. “É de vital importância que
nós tenhamos muita solidariedade para com a Maria Joel, viúva de
Dezinho, que nos últimos dias sofreu muitas pressões. Estamos
percebendo também que no Pará está havendo reação ofensiva do
latifúndio, em torno da mudança de governo, pois eles sabem que
haverá postura do governo do estado com a questão da reforma
agrária”, concluiu.
Arnaldo Júnior
Agência CONTAG |
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