Advogados
de sindicalista prometem
denunciar
consórcio criminoso
José Batista Afonso e Carlos Guedes,
advogados da CPT que vão funcionar na
assistência de acusação, garantiram que vão
demonstrar em plenário, na próxima segunda-feira,
'a existência de um consórcio criminoso cujo
objetivo é a garantia da impunidade para os
crimes do campo e o financiamento da
violência que dá suporte aos interesses de
latifundiários, madeireiros e outros
exploradores da terra'. Referindo-se ao
adiamento do júri, Carlos Guedes evidenciou
que 'o que aconteceu na manhã de hoje (ontem)
no plenário do júri demonstrou claramente a
vinculação do pistoleiro com o mandante do
crime, o fazendeiro José Délsio Barroso
Nunes, o Delsão, cujo processo está em fase
de alegações finais na comarca de Rondon do
Pará'. Segundo o advogado da CPT, ' a
contratação dos criminalistas Américo Leal e
Eduardo Imbiriba demonstra que interesses
muito poderosos estão por trás dessa
contratação'.
A pastora luterana Marga Rothe, que por oito
anos, entre 1997 e 2005, exerceu a chefia da
Ouvidoria Geral do sistema de Segurança
Pública do Estado do Pará, falando pelo
Conselho Amazônico das Igrejas Cristãs,
disse que 'o Caic exige que seja feita
justiça. Não queremos vingança, mas a
aplicação da justiça de forma exemplar e
pedagógica, por entendermos que essa é a
única maneira que a sociedade tem para regir
contra a violência e a impunidade que
lamentavelmente imperam no interior do
Estado'. Marcos Barros, reverendo da Ingreja
Anglicana e coordenador do Caic, disse que
'a participação das igrejas cristãs busca
evidenciar que, assim como Cristo que
ressuscitou da morte, os martirizados na
luta pela justiça ressuscitam e voltam a
viver nos corações daqueles que continuam
unidos na luta pela justiça'.
A manifestação dos movimentos populares
prosseguiu durante toda a manhã de ontem. Os
manifestantes ocuparam as escadarias do
Fórum Cível de Belém e se revezaram em
discursos relâmpagos, cuja a tônica, era o
protesto contra a impunidade e a exigência
do fim da violência no campo, com a punição
dos executores e mandantes dos crimes no
campo. Maria Joel
Santos Silva,
viúva de Dezinho,
pediu aos trabalhadores que se mantivessem
mobilizados até segunda-feira, quando
acontecerá o julgamento do matador de seu
marido.