Brasil

Violencia cero en Pará

Campanha Internacional de Combate a Violência no Campo

Santarém – Pará

Dirigente sindical ameaçada

de ser torturada até a morte

 

 

 

Maria Ivete Bastos é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santarém. Ela tem se destacado na resistência contra o processo de grilagem de terras, expulsão de pequenos agricultores e desflorestamento para a plantação de soja naquela região do Pará, e foi homenageada em Nova Delhi, na Índia, em setembro do ano passado, com o prêmio Mahatma Gandhi, tanto por esta luta sócio-ambiental quanto por representar o empoderamento das mulheres da Amazônia.

 

Agora, exatamente por sua atuação, Ivete está sendo ameaçada de morte por fazendeiros e madeireiros da região que tiveram seus interesses ameaçados. Não apenas ameaçada de morte, mas de ser torturada até a morte.

 

Na tentativa de impedir que esta barbaridade ocorra, o Conselho Nacional dos Seringueiros elaborou um abaixo-assinado internacional, solicitando ao ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial de Direitos Humanos, que Maria Ivete Bastos seja incluída no Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, que ela possa escolher a equipe de proteção de sua confiança, e que outros líderes da luta por reforma agrária e Direitos Humanos da região também recebam proteção.

 

O Correio reproduz nesse número, logo a seguir, o abaixo-assinado divulgado pelo Conselho Nacional dos Seringueiros do estado do Pará,  que se encontra no endereço: http://www.thepetitionsite.com/takeaction/761768158

 

 

Conselho Nacional dos Seringueiros - Estado do Pará

 

Mais uma vez, uma de nossas líderes na Amazônia brasileira encara a morte e a tortura. Nossa irmã IVETE BASTOS, presidente do maior sindicato de agricultores da Amazônia, na municipalidade de Santarém, no estado do Pará, recebeu várias ameaças de morte, e elas estão ficando piores: eles não a matariam, dizem as ameaças, como os outros, com apenas uma bala. Ela seria torturada até a morte.

 

Ivete tem estado à frente do movimento pacífico por reforma agrária e justiça para as comunidades tradicionais da Floresta Amazônica. Nós estamos profundamente preocupados com sua segurança.

 

 Por quanto tempo os crimes dos ladrões de terras, que por eras têm dominado com força brutal os territórios das comunidades e povos tradicionais, principalmente na Amazônia, triunfarão sobre nossos esforços pela criação de uma sociedade justa e digna?

 

Mais uma vez encaramos outro ataque contra a vida de pessoas boas, trabalhadores que deram seu sangue e seu suor para criar e defender a dignidade e o desenvolvimento sustentável, e uma reforma agrária justa que é tão necessária neste país. Defender nossos recursos naturais que são nossa herança sagrada, que por eras têm garantido nossa sobrevivência e a de nossas futuras gerações. Defender sem causar qualquer mal ao nosso verdadeiro lar, o PLANETA TERRA!

 

Nós temos acompanhado a luta deste sindicato por políticas públicas e pelos direitos civis das populações rurais, sob a liderança corajosa de nossa companheira Ivete, que não é facilmente assustada ou intimidada pelos atos covardes destes lacaios da destruição da grande herança da humanidade, que roubam as riquezas que nós produzimos com o suor de nossos corpos, que adoram assassinar nossos líderes pacíficos a fim de demonstrar a odiosa dominação, exploração e humilhação das espécies inteligentes. Mas chegou-se ao limite. O estado do Pará tem o pior índice de violência política do Brasil. Os assassinos de Irmã Dorothy e de tantos outros ainda estão livres e procuram por suas próximas vítimas, enquanto as autoridades permanecem silenciosas e passivas.

 

Ivete Bastos precisa de proteção! Os líderes pacíficos dos movimentos de direitos humanos da Amazônia precisam de proteção! Nós pedimos à Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal Brasileiro que:

 

 - inclua imediatamente Ivete Bastos no "Programa Nacional de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos";

 

- permita que Ivete Bastos escolha a equipe de proteção de sua confiança;

 

- garanta a segurança de todos os líderes do movimento pacífico por reforma agrária e direitos humanos da Floresta Amazônica.

 

 

NÓS NUNCA DESISTIREMOS DA LUTA PELOS DIREITOS HUMANOS,

POR JUSTIÇA, PELO FUTURO DE NOSSOS FILHOS!

 

Conselho Nacional dos Seringueiros*

Estado do Pará, 23 de março de 2007

 

 

Fonte: Adital

 

 

Nota de aclaración

 

La Secretaría Especial de Derechos Humanos de la Presidencia de la República informó que la sindicalista María Ivete Bastos está bajo protección desde el 16 de marzo de este año.

Según la oficina de prensa de la Secretaría, la sindicalista está bajo los cuidados de la Coordinación Estatal de Pará del Programa Nacional de Protección para los Defensores de los Derechos Humanos.

 

María Ivete Bastos es presidenta del Sindicato de Trabajadores Rurales de Santarém, el más grande de la Amazonia, quien se ha destacado en la resistencia contra el proceso de grilagem (escrituración y apropiación ilegal) de tierras, expulsión de pequeños agricultores y deforestación para la siembra de soja en esa región de Pará. Por estas denuncias fue amenazada de muerte por terratenientes y políticos de la región

Adital

9 de abril de 2007

 

 

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