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Violência
no campo é tema de
audiência
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Trabalhadores rurais paraenses começam a discutir com o poder
público a pauta de reivindicações do 'Grito
da Terra Pará', que vai de hoje e até o dia
2 de junho. Hoje pela manhã, por exemplo,
dirigentes da Federação dos Trabalhadores na
Agricultura (Fetagri) do Pará (Fetagri)
terão audiência com o presidente do Tribunal
de Justiça do Estado (TJE), Milton Nobre. Em
seguida, às 11 horas, no Hotel Beira-Rio,
vai ser aberta a programação oficial.
Na audiência com Milton Nobre, da qual participarão representantes
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no
Pará, Sociedade Paraense de Defesa dos
Direitos Humanos (SPDDH) e Comissão Pastoral
da Terra, os trabalhadores rurais e
integrantes dessas instituições irão
apresentar nomes para compor a comissão que
vai acompanhar processos inconclusos
apontados no relatório sobre a violência no
campo apresentado pelo TJE há 45 dias.
Pelo relatório, como informa o presidente da Fetagri do Pará,
Carlos Augusto Santos Silva, cerca de 30%
dos 590 assassinatos de trabalhadores rurais
em 20 anos no Pará não foram abertos
inquéritos. A Fetagri quer agilizar a
tramitação de 189 processos para que os
crimes não prescrevam. Carlos ressaltou o
cancelamento recente de 51 títulos de
propriedade rural no Estado pelo TJE, mas
comentou que cartórios precisam de
correições.
No 'Grito da Terra Pará', como antecipou
Carlos, os trabalhadores reivindicam a
construção de estradas e vicinais para
escoamento da produção, assistência técnica,
assentamento de 40 mil famílias no Pará
junto ao Incra, combate à grilagem e
violência no campo, eletrificação rural,
regularização fundiária e educação no campo.
Para o 'Grito da Terra Pará' virão a Belém
1,3 mil trabalhadores rurais de municípios
do interior do Estado. O Pará é o Estado com
maior número de assentamentos no País. São
666 e a Fetagri responde por 30 acampamentos
de trabalhadores rurais
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