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Campanha Internacional de Combate
à Violência no Campo

REPERCUSIONES

en la prensa

 

Grito vai

monitorar  TJE

Impunidade Grupo técnico vai acompanhar os processos sobre a violência no campo

 

O combate à impunidade e à grilagem de terra foram ontem os principais temas da audiência entre o presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJE), Milton Nobre, e representantes do Movimento Grito da Terra Pará 2006. Durante o encontro, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri), Carlos Augusto Santos Silva, entregou ao magistrado um documento com uma avaliação preliminar do diagnóstico feito pelo TJE sobre os assassinatos no campo, a partir de maio de 2003. Entre as deliberações, ficou acordado que o Tribunal criará um grupo técnico integrado por representes de várias entidades para acompanhar o andamento e os ritos dos processos envolvendo crimes no campo e outras questões agrárias. Milton Nobre adiantou que o grupo será criado nas próximas semanas.

 

No documento entregue ao presidente do TJE, a Fetagri elogia a iniciativa do Tribunal de monitorar a violência no campo e ressalta o fato de o Pará se destacar como um Estado onde a 'violência, a impunidade e a grilagem de terras públicas' estão incorporadas ao dia-a-dia dos trabalhadores rurais. 'Esta louvável iniciativa permitiu verificar que dos 590 casos denunciados cerca de 30% não foi aberto inquérito. Existem muitos outros casos nos quais, apesar dos crimes terem sido cometidos há vários anos os inquéritos competentes não foram ainda terminados extrapolando todos os prazos previstos em lei. Só em 38 casos, isto é cerca de 6%, a Justiça se manifestou absolvendo ou condenando os acusados', detalha o documento assinado pela Fetagri, Comissão Pastoral da Terra (CPT), Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Centro de Estudo e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa).

 

Os representantes dos trabalhadores pediram ainda ao presidente do TJE que intervenha para acelerar o processo de declaração de nulidade dos 51 títulos de terras já identificados como griladas e bloquados pela corregedoria do TJE em Senador José Porfírio, no sudoeste do Estado. Eles também apresentaram uma relação do Instituto de Terra do Pará (Iterpa) que aponta 44 ações ajuizadas pedindo o cancelamento de títulos. A maioria das ações espera por julgamento ou aguarda a citação do réu por carta precatória e edital. Na lista também consta um processo de 1996 que está extraviado. O réu é Josiel Rodrigues Martins, acusado de grilar 3 mil hectares de terras em Ourém. 'Não se trata simplesmente de bloqueio, precisamos cancelar os títulos para que seja a feita a Reforma Agrária. Hoje, essas ações representam mais 24 milhões de hectares de terras griladas', ressaltou Augusto.

 

As reivindicações

 

Depois da audiência no TJE, os integrantes do Grito da Terra 2006 apresentaram a pauta de reivindicações do movimento para os governos do Estado e Federal, no Hotel Beira Rio. Ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), eles apontam, por exemplo, demandas nas áreas de Cadeia Produtiva Familiar da Agropecuária, Agro-extrativista, florestal, pesqueira e meio ambiente. São 33 pontos apresentados, que incluem o assentamento de 40 mil famílias acampadas ou que ocupam áreas sob a jurisdição das três superintendências.

 

Outros órgãos federais demandados são o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os bancos da Amazônia e do Brasil, Secretaria de Patrimônio da União (SPU), Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, Ministérios do Trabalho, da Previdência Social, de Minas e Energia e Transportes.

 

Já ao governo do Estado, o Grito da Terra 2006 pediu por exemplo a implantação de um plano Estadual de Combate à Violência no Campo. Outra reivindicação é a estatização dos cartórios de registros de imóveis e imediata intervenção nos cartórios sob suspeita.

Para o Iterpa, a Fetagri pede também descentralização permanente dos 12 escritórios regionais nos municípios pólos, além da implantação do programa crédito fundiário.

 

O superintendente do Incra, Cristiano Martins, foi receber a pauta do movimento e explicou que todas as reivindicações serão analisadas e oficialmente respondidas. 'A nossa política é o diálogo com todos os movimentos sociais. Vamos montar uma agenda para monitorar a implementação das ações e garantir pelo menos uma reunião por mês de avaliação', adiantou.

 

Aos órgãos que não mandaram representantes à reunião, o presidente da Fetagri informou que a pauta será protocolada ainda hoje

 

 

 

 

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