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Lavradores ganham casa e crédito no “Grito”

Acordos beneficiam trabalhadores,

que terão também 5 mil casas financiadas

 

Construção de 5 mil habitações rurais com recursos da Caixa Econômica Federal (CEF), abertura de mais agências do Banco do Brasil e Banco da Amazônia (Basa) em cidades do interior do Estado, a criação de um Grupo de Trabalho para discutir as aposentadorias de trabalhadores rurais 'represadas' nos sindicatos, acesso à assistência técnica para as populações tradicionais foram alguns dos pontos dos acordos fechados ontem, em Belém, pelos trabalhadores rurais, representados pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) e diversos órgãos federais e estaduais. Os acordos foram o resultado concreto do 16º Grito da Terra Pará, que reuniu mais de 1 mil trabalhadores rurais em Belém nesta semana. No auditório da Agência de Desenvolvimento da Amazônia (ADA) foram fechados os acordos com o Basa, Banco do Brasil, Ibama e Incra. Os trabalhadores consideram os novos acordos 'um avanço nas lutas por melhorias na agricultura familiar no Pará', como definiu o presidente da Fetagri, Carlos Augusto Santos Silva.

Foi fechado um convênio entre a Caixa Econômica e o Incra para construção de 5 mil casas nos Projetos de Assentamento Agrários e em Áreas de Regularização Fundiária, com recursos de R$ 35 milhões, uma antiga reivindicação dos agricultores. 'A questão da habitação rural, sempre foi um dos problemas de demandas na história dos trabalhadores, em especial no Estado Pará. Por isso, a Fetagri ao longo de suas pautas sempre reivindicou uma política de habitação rural para os agricultores não-assentados, já que o Incra já tem um programa específico para atender os Projetos de Assentamentos Agrários', explicou Carlos Augusto Silva.

Com o INSS foi definida a criação de uma comissão que vai estudar as aposentadorias que estão com processos paralisados e com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Incra ficou definida a extensão a todas as populações tradicionais, inclusive as que estão fora das áreas de assentamento, da assistência técnica econômica e social prevista no Plano Nacional de Assistência Técnica. O Incra assumiu o compromisso de elevar em 50% o número atual de famílias assistidas.

No termo de acordo fechado com o Incra estão ainda a implementação do programa nacional de Crédito Fundiário, no Estado; a garantia de cumprimento das metas estabelecidas no Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA); a conclusão das ações do processo de geo-referenciamento e regularização fundiária das terras públicas, com a classificação dos imóveis, garantindo a discriminação e a arrecadação das terras griladas e de todas as terras públicas, destinando-as ao Programa Nacional de Reforma Agrária.

Os trabalhadores pediram ainda no Termo a revogação da Medida Provisória 218.356, que proíbe a desapropriação de áreas ocupadas. Nesse item, o Incra informou que a demanda deverá ser apresentada ao Congresso Nacional, via Casa Civil. Outro compromisso assumido foi a conclusão dos trabalhos nos imóveis do Estado, já vistoriados, que exigem ação conjunta entre Iterpa e Incra para inclusão no processo de Reforma Agrária.

Também no acordo o Incra firma a meta de assentar 46.000 famílias de trabalhadores e trabalhadoras rurais, que estão acampadas ou ocupando áreas sobre a jurisdição das três superintendências do Pará: de Belém, Marabá e Santarém.

 


Diario O Liberal

publicado 5 de junio de 2006

 

 

 

 

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