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Fetagri ocupa prédio do
INSS
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Ação
aconteceu na manhã de ontem como estava
previsto pela direção da Fetagri
Como estava previsto, na manhã de ontem
cerca 500 trabalhadores rurais ocuparam as
instalações da Agência da Previdência Social
de Marabá (APS). Os manifestantes são
ligados a
Federação
dos Trabalhadores Rurais na Agricultura (Fetagri),
regional sudeste do Pará, e Sindicato de
Trabalhadores Rurais (STR) da região.
A mobilização trouxe caravanas de vários
municípios do sul e sudeste do Pará, cujo
pessoal montou acampamento na Praça do Mogno,
em frente ao prédio da Superintendência
Regional do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra). A
manifestação está acontecendo também em
outros municípios do Pará e visa chamar a
atenção da Superintendência do Instituto
Nacional de Seguridade Social (INSS), para
uma série de demandas na área agrícola que
não estão sendo atendidas pelo órgão
federal. Em Tucuruí, a agência local também
está invadida desde anteontem por cerca de
400 colonos.
A reclamação unânime é que vários processos
de aposentadoria de milhares de
trabalhadores rurais, estão emperrados. De
acordo com dados da Fetagri, 1.715 processos
estão represados, 2.905 foram indeferidos
pelo órgão, há 263 recursos na esfera da
Justiça Federal, enquanto 366 processos não
obtiveram qualquer resposta por parte da
direção do INSS. Cansados de esperar por uma
definição, os trabalhadores resolveram
invadir o prédio do órgão.
Para Francisco Di Assis Solidade,
coordenador da Fetagri para o sudeste do
Pará, outros pontos estão pautados para
serem discutidos com a direção nacional da
instituição previdenciária. Uma das
reivindicações é que a sede do INSS de
Marabá seja transformada em Superintendência
Regional, pa-ra melhor atender a demanda.
Contratação de mais pessoal para as três
agências da região (Marabá, Parauapebas e
Tucuruí), contratação de médicos para a
realização das perícias, acertar a vinda de
uma força tarefa para Marabá para
desrepresar os processos, criar agências em
Rondon do Pará e São Domingos do Araguaia,
entre outras reivindicações.
Entre as pessoas contrariadas com o INSS
está o colono Expedito Pinheiro, que tem
lote no Assentamento Castanhal Araras,
município de São João do Araguaia. Ele
reclama que há muito tempo vem tentando sua
aposentadoria, mas seu processo esbarra no
problema da perícia médica. Expedido
denuncia que o órgão exige a perícia, mas
não contrata médicos para a realização do
serviço.
Eurides Cabral Rosa, 58 anos, que mora na
zona rural de Eldorado do Carajás, vive o
mesmo drama. Ela também vem lutando há três
anos pela sua aposentadoria rural, mas nunca
recebeu qualquer posicionamento por parte do
INSS em relação ao seu processo. 'Por isso
estou aqui, para ajudar nessa mobilização',
disse Eurides Cabral.
Sanfona - Ontem não teve qualquer tipo de
expediente na sede da Agência da Previdência
Social (APS). A entrada principal está sendo
controlada pelos colonos, que não permitiram
a entrada de nenhuma pessoa que estivesse
buscando os serviços do órgão. Somente
servidores da Agência tiveram acesso ao
prédio.
O salão de atendimento ao público foi totalmente tomado pelos
manifestantes, que transformaram o saguão em
'clube de forró'. Um sanfoneiro deu o tom,
levando vários casais a dançar animadamente.
A ocupação é por tempo indeterminado,
informou Di Assis
MARABÁ
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