CPT e Cimi também denunciam a
violência
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Além dos conflitos em Santarém, levantamento
da Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostra
que, entre 1985 e 2005, 1.425 pessoas foram
assassinadas, entre trabalhadores,
lideranças sindicais ou de movimentos
sociais, agentes de pastoral e outros. A
maioria dos crimes permanece impune. Mais
recentemente a Federação dos Trabalhadores
na Agricultura (Fetagri) denunciou durante o
Grito da Amazônia uma lista de 40 lideranças
rurais ameaçadas de morte no Estado.
Outro tema de interesse da Igreja no Pará
são as violências contra os povos indígenas
provocadas pela demora na demarcação de
terras pelo governo e os entraves judiciais
que retardam a solução do problema. O
Conselho Indigenista Missionário (Cimi)
divulgou moção sobre o assunto no último dia
2. Entre os casos destacados no documento
está o da tribo dos índios Arara, da Terra
Indígena Cachoeira Seca, no Pará, que, desde
1985, sofrem com a invasão de seu território
por madeireiras, posseiros, pescadores e
grileiros apoiados por políticos da região.
A situação foi agravada com a suspensão do
procedimento demarcatório e a sinalização da
Funai de reduzir as terras dos Arara.
ADMINISTRATIVO
O procurador-geral da República chegou a
Belém para tratar de uma longa pauta
administrativa com a Procuradoria Regional
da República no Pará, em reunião fechada, na
sede do órgão. O destaque será o pedido de
mais infra-estrutura para que a Procuradoria
possa ampliar a atuação no Estado, conforme
adianta o procurador regional em exercício
Felício Pontes Júnior. Serão pleiteadas mais
duas vagas de procurador para Belém e também
de servidores técnicos e analistas. Também
será definido o projeto para a construção de
um segundo prédio no mesmo terreno do
prédio-sede na capital paraense. E serão
discutidas, ainda, investigações que estão
em andamento no âmbito da Procuradoria do
Pará e que deverão ter repercussão judicial
em Brasília. Felício disse que não poderia
adiantar o teor de tais investigações.
Hoje, há 12 procuradores no Estado, a
maioria deles lotados na capital. Apenas
cinco estão no interior, dois deles em
Marabá, dois em Santarém e um em Altamira.
Também há poucos funcionários: sete em
Marabá, nove em Santarém e apenas um em
Altamira. 'O número de procuradores e,
principalmente, de servidores ainda é muito
pequeno para a cobrir a enorme dimensão que
o Pará tem', destaca.
Diario O Liberal
publicado 23 de junio de 2006
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