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Honduras

Com Samuel Antonio Sánchez

O SITRAINA continua em pé de guerra

52 dias da ocupação do Instituto Nacional Agrário

 

Entre as tantas demonstrações de oposição ao golpe de Estado, se destaca a combativa resistência do Sindicato dos Trabalhadores do Instituto Nacional Agrário (SITRAINA), filiado à UITA, que continua apoiando e participando da ocupação das instalações dessa instituição, apesar das ameaças e perseguições do governo provisório. Para saber em detalhes os pormenores deste processo de resistência, Sirel dialogou com Samuel Antonio Sánchez, ex-diretor e atualmente filiado ao SITRAINA.

 

-Como vocês chegaram à decisão de ocupar as instalações do Instituto Nacional Agrário (INA)?

-Como consequência do golpe de Estado, o SITRAINA iniciou um processo de defesa das instituições do país. Conversamos com várias organizações camponesas e decidimos ocupar as instalações do INA por tempo indeterminado. Já estamos há mais de 50 dias resistindo.

A ocupação se realizou como forma de rejeição à autoridade imposta pelo governo provisório, já que não podemos aceitar o novo diretor que foi designado.

Neste momento, as dez seccionais do SITRAINA estão mobilizadas para apoiar as organizações camponesas e realizaram várias ocupações em todo o país.

 

-Como tem sido a relação, aqui na capital, com o diretor que lhes impuseram?

-O senhor Eduardo Villanueva fez declarações dizendo que pretende chegar a um acordo conosco e com as organizações camponesas. No entanto, não podemos confiar porque há o temor de que estejam perseguindo o objetivo de alterar ou desaparecer com todos os expedientes que pertencem aos camponeses. Para nós, as organizações camponesas devem ter a legítima representação no INA e, neste sentido, foram emitidos dois comunicados nos quais são apresentadas as nossas demandas.

 

-Qual é o conteúdo destes comunicados?

-O não reconhecimento do governo provisório, a volta das instituições democráticas e que se aplique a Lei de Reforma Agrária, porém no marco das mesmas instituições, já que qualquer atitude do governo provisório é nula. O SITRAINA está apoiando estas organizações camponesas nas suas justas demandas.

 

São os camponeses os beneficiários da Reforma Agrária, e são eles os donos dos seus expedientes. Nós os apoiamos até que se resolva esta situação, porque não é possível negociar com um diretor que usurpou o cargo do antigo diretor José Francisco Funes.

 

-Quanta gente está mantendo a ocupação do INA?

-São aproximadamente 100 pessoas permanentes, e o SITRAINA está apoiando-as com doações e alimentos. É difícil porque o desgaste físico e econômico é grande, mas vamos seguir adiante.

 

-Houve perseguição por parte das forças repressoras do governo provisório?

-Vieram com a ameaça de que iriam nos desalojar, mas os companheiros camponeses estão dispostos a lutar e defender o que acreditam ser propriedade deles, como é o INA, que foi pensado e criado para eles. O SITRAINA estará com eles permanentemente.

 

-Qual tem sido a participação do SITRAINA nas mobilizações a nível nacional?

-O SITRAINA tem dez seccionais que desenvolveram um trabalho estratégico importante em todos os departamentos onde estamos presentes. Nossa linha de luta reivindicatória, a favor dos direitos dos camponeses, é permanente.

 

-Como se sai desta situação tão difícil e complicada?

-Depois de 52 dias, o povo vem demonstrando uma extraordinária capacidade de resistência. Não temos muitos recursos, ninguém nos dá dinheiro para desenvolver estas atividades permanentes, no entanto as pessoas continuam participando das marchas, passando fome, dispostas a arriscar sua integridade física.

 

Isto já é uma vitória, porque não se trata apenas da volta do presidente Manuel Zelaya, mas sim de uma profunda mudança da Constituição que seja para os pobres e não somente para os ricos. O povo está motivado e continua nas ruas, e isto será o nosso instrumento para a vitória.

 

-O SITRAINA é filiado à UITA, organização internacional que se fez presente de imediato para apoiar os seus filiados e para informar sobre o que está acontecendo no país. Como avaliam este trabalho?

-Quando falamos de presença internacional neste momento tão difícil, sempre dizemos que a UITA tem sido a instancia que verdadeiramente tem respondido, e nos tem acompanhado na luta, com a sua solidariedade e apoio. Por isso continuamos permanentemente com a UITA e continuamos de maneira firme e coerente com nossos princípios

 

Em Tegucigalpa, Giorgio Trucchi

Rel-UITA

24 de agosto de 2009

 

 

 

Fotos: Giorgio Trucchi

 

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