Comissão Negociadora do Presidente Constitucional José Manuel Zelaya Rosales

Declaração

O diálogo, do qual fazemos parte representando o Presidente Constitucional MANUEL ZELAYA ROSALES, começou no dia sete de outubro, sob o patrocínio e com o acompanhamento da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Na primeira reunião a agenda foi adotada por consenso, cujo primeiro ponto expresso foi a assinatura do Acordo de San José, o que indica claramente que o diálogo só poderia acontecer em torno do espírito e da essência do mencionado Acordo.

Devido ao estado de obstrução e relativo estancamento em que se encontra o diálogo, situação provocada contra a nossa vontade, consideramos necessário fazer a seguinte declaração:

PRIMEIRO: Reiteramos que o diálogo é o instrumento adequado para encontrar uma saída para a crise política que o nosso país atravessa, no marco do cumprimento das resoluções da OEA, da ONU e do Acordo de San Jose; mas é indispensável que o mesmo seja acompanhado pela necessária e firme vontade política. As comissões negociadoras mostraram uma boa disposição ao avançar e assinar sete dos oito pontos-chave do Acordo Final, nos quais, implicitamente, se reconhece a autoridade do Presidente José Manuel Zelaya Rosales. Lamentavelmente, na sexta-feira passada, dia 16, a vice-ministra de fato, Marta Alvarado, anunciou publicamente que a nossa comissão tinha rompido o diálogo, introduzindo assim mentiras e confusão no processo de negociação.

O senhor Roberto Micheletti não demonstrou vontade política e continua empenhado em utilizar o diálogo como um simples mecanismo de distração política e calculada demora para ganhar tempo e prolongar a sua ilegal e arbitrária permanência no exercício  do governo.

SEGUNDO: Enquanto a nossa delegação dá inegáveis provas de sua vontade política para chegar a um acordo e encontrar uma solução para a crise, Roberto Micheletti põe em prática manobras protelatórias, levanta questões puramente formais, propostas inaceitáveis e, em alguns casos, insultuosas e provocadoras.

TERCEIRO: Pelas razões acima expostas, reiteramos que o diálogo, embora ainda não o tenhamos declarado  como sido rompido e nem estejamos pensando em rompê-lo, entrou em uma fase de evidente obstrução. O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), que se reunirá em Washington na quarta-feira 21 deste mês, deverá analisar e se pronunciar sobre o atual estado de obstrução em que se encontra o processo de diálogo.

O Presidente Constitucional  JOSÉ MANUEL ZELAYA ROSALES fez todas as concessões possíveis para garantir o êxito do diálogo, bem como dar uma saída política para a crise. Graças a isso, pudemos estabelecer um consenso e assinar noventa e cinco por cento do conteúdo do Acordo de San José; o resto depende apenas da vontade política do Sr. Micheletti. É ele quem deve assumir a responsabilidade política e a culpa histórica por ter impedido a conclusão bem sucedida deste generoso esforço de diálogo, que sempre foi e será fortemente apoiado pelo presidente Constitucional JOSÉ MANUEL ZELAYA ROSALES e pela delegação que o representa.