Durante o primeiro dia de sua missão em Honduras, o secretário da Regional
Latino-Americana da UITA, Gerardo Iglesias, visitou as instalações da Rádio
Globo em Tegucigalpa, para participar do programa do jornalista Félix
Centeno, dedicado à luta de resistência ao golpe de Estado, ocorrido no dia
28 de junho passado.
“É um prazer
estar aqui neste país irmão representando a União Internacional de Trabalhadores
da Alimentação e Agricultura (UITA), uma organização de caráter mundial
que tem 350 organizações filiadas em 120 países do mundo, incluindo Honduras,
onde temos como filiados o Sindicato de Trabalhadores da Indústria da Bebida e
Similares (STIBYS) e o Sindicato de Trabalhadores do Instituto Nacional
Agrário (SITRAINA), e Carlos H. Reyes como membro do Comitê
Mundial da UITA - disse Iglesias.
De acordo com
as informações fornecidas pelo apresentador do programa, Carlos H. Reyes
já recebeu alta do Instituto de Segurança Social de Honduras (ISSH),
“após ser brutal e barbaramente espancado pela polícia anti-motim deste país”.
“Conheço
Carlos há mais de 20 anos - continuou o secretário regional da UITA-
e, quando soubemos o que havia passado, a Rel-UITA imediatamente começou
uma campanha de solidariedade e de denúncia.
Em nossa página
web estamos publicando, em mais de três idiomas, todo o material que o nosso
correspondente especial nos envia, visto que já está há mais de 30 dias aqui em
Honduras.
É uma forma de
contribuir em todo este processo de luta e de resistência neste país e é por
isso que enviamos o nosso correspondente sem hesitar, para cobrir todos os
acontecimentos.
Para o
movimento popular e camponês a democracia é fundamental – explicou Gerardo
Iglesias –, porque é na democracia onde se pode lutar pelas
reivindicações.
Hoje, em meio
ao golpe de Estado, é muito difícil avançar.
Eu venho de um
país que em 1973 sofreu um golpe de Estado e vivemos onze anos de ditadura
militar. Sabemos muito bem o que isso significa. Além disso, vivemos em uma
época onde havia ditaduras no Brasil, no Paraguai, na Argentina
e no Chile.
O movimento
sindical foi o setor que mais sofreu perseguição e repressão, e foi assim que o
neoliberalismo entrou, atacando o movimento popular e sindical.
Estamos aqui
porque recebemos uma gigantesca solidariedade internacional naqueles anos de
obscuridade e nós dizemos que a solidariedade não se agradece, a solidariedade
se retribui com outras ações de solidariedade.
É por isso que
a UITA, mesmo antes do golpe, começou a informar para as nossas
organizações filiadas, e é por isso também que o nosso correspondente especial
está aqui, informando diariamente sobre o que estava acontecendo com este povo,
que não quer viver no ostracismo de uma ditadura militar”, concluiu.
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