O deputado Tarcísio
Zimmermann (PT-RS), relator da PEC 438/01, do Senado, que
prevê o confisco da terra onde for constada a exploração de
trabalho escravo, afirmou nesta quarta-feira que já tem
todos os dados para fazer seu parecer a favor da aprovação
da matéria. "Todas as dúvidas foram esclarecidas, pelas
audiências realizadas ficou comprovado que existe o trabalho
escravo no Brasil, existe base jurídica para a expropriação
da terra e o que falta para erradicar essa prática é uma
punição pesada, como esta que estamos analisando", explicou.
O relator já
adiantou também que não fará nenhuma modificação no texto do
Senado, a fim de que a lei possa ser sancionada logo após
sua aprovação pela Câmara. O deputado Paulo Rocha (PT-PA),
autor de proposta semelhante e que está apensada à PEC 438,
concorda que o momento é de avançar. "Parece que a maioria
dos deputados já está convencida da necessidade do confisco
da terra para acabar com a impunidade. Agora precisamos é
iniciar o debate para saber a forma como se dará a
expropriação", defendeu.
Para o deputado
Tarcísio Zimmermann, o rito para o confisco poderá ser
resolvido com uma medida provisória ou com um projeto de lei
do Executivo. "Sabemos da prioridade do governo em erradicar
o trabalho escravo, o que falta é apenas uma legislação
forte para punir essa prática", afirmou. O relator vai
apresentar seu parecer dia 28 de abril.
Audiência
O ministro do
Tribunal Superior do Trabalho (TST) Lélio Bentes participou
de audiência pública e destacou que o trabalho escravo não é
caracterizado pela falta de carteira assinada. "São
determinadas características, como as condições de trabalho,
o confinamento, a falta de equipamentos de trabalho, a
vigilância armada, a impossibilidade de retorno à cidade de
origem e a retenção de pagamentos e documentos que confirmam
o regime de escravidão", definiu. O ministro defendeu a
aprovação da PEC.
Participaram também
da audiência o procurador Luís Antônio Camargo; a sub-procuradora
federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público
Federal, Raquel Dodge; o diretor da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), Armand Pereira; e o
representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Roberto
Caldas.
Requerimento
A comissão aprovou
também requerimentos do deputado Leonardo Monteiro (PT-MG) e
do deputado Washington Luiz (PT-MA) para realização de
audiência pública em Minas Gerais e no Maranhão.
Vânia Rodrigues
Convenio La Insignia- Rel-UITA
Agência Informes.