Laura é secretaria geral da Seccional Avellaneda e Lomas de Zamora
da Província de Buenos Aires da União dos Trabalhadores do Turismo,
Hoteleiros, Gastronômicos da República Argentina (UTHGRA). Trabalha
há 22 anos com gastronomia e agora foi eleita Coordenadora do
Comitê Latino-Americano da Mulher da UITA.
-Qual é a sua avaliação sobre a VII Conferência da Rel-UITA da
Mulher?
-É mais que positiva, me parece muito estimulante que se organize um
Comitê Latino-Americano de Mulheres da UITA, porque há muito
trabalho e muito que lutar.
Acredito que os problemas são heterogêneos e muito importantes, mas
também estamos vendo um grande movimento de mulheres que estão
dispostas a lutar.
Reitero, a Conferência foi muito positiva, e agora temos que começar
a trabalhar, contribuindo para mudar todas essas situações que nos
afetam.
-Muitas companheiras ficaram surpresas com a história que a Rel-UITA
vem travando ao longo dos anos em favor da mulher trabalhadora…
É muito bom saber que outras mulheres, em outros países,
estão lutando pelas mesmas utopias e, além disso, que
tenhamos uma história comum muito rica e da qual temos
muitas coisas para aprender. |
-A apresentação do relatório de tantos anos de luta foi um ponto
alto da atividade. E isso é muito bom, e nos anima saber que outras
mulheres, em outros países, estão lutando pelas mesmas utopias e,
além disso, que tenhamos uma história comum muito rica e da qual
temos muitas coisas para aprender.
É importantíssimo ter uma história como a da Rel-UITA, uma
história de conquistas, de sofrimentos, de uma luta que não cessa.
Eu nunca senti a discriminação que outras mulheres denunciaram. Na
UTHGRA, sinceramente, eu nunca senti. Devo ser justa nisto,
sempre senti o acompanhamento de todos os meus companheiros, mas sei
também que esta situação não se dá em outras organizações.
Uma coisa que ficou clara na Conferência, e que emerge com força, é
que as mulheres desta região têm uma história, um presente de
avanços e de lutas e com propostas. As mulheres aqui se posicionaram
como protagonistas, abandonando o lugar de vítimas. Sabemos muito
bem que ninguém, ninguém, te dá nada e que as mulheres trabalhando
coordenadamente continuarão avançando.
-Está contente por ter sido escolhida coordenadora para a Argentina?
-Eu me sinto muito satisfeita. Na verdade, não esperava obter nenhum
cargo, porque não costumo trabalhar para obtê-los. Estou convencida
de que de qualquer lugar é possível mudar a história. Mas estou
agora contente com o fato de que as minhas próprias companheiras da
Argentina, de tantos sindicatos, tenham confiado em mim para
esta tarefa, e sei que com a Patrícia Alonso, presidenta do
Comitê, vamos dar todo o nosso esforço. Estou disposta a começar a
trabalhar já, desde agora...
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