Brasil
Ministra fala sobre o papel da mulher no
projeto de desenvolvimento do país |
A ministra da Secretaria Especial de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde
Ribeiro, em visita à sede da CUT, em São Paulo,
na tarde da sexta-feira (30/3), ressaltou a presença das
mulheres nos espaços políticos e o seu papel no projeto de
desenvolvimento do país. O debate ocorreu em um período em
que a Central é presidida pela primeira vez por uma mulher,
Carmen Helena Foro, que ocupa o cargo interinamente.
"Estamos sendo reconhecidas em espaços públicos importantes,
portanto, o momento é de troca de idéias com um único
objetivo: o de democratizar e avançar em nossas conquistas",
enfatizou a ministra.
A secretária nacional sobre a Mulher
Trabalhadora da CUT, Maria Ednalva Bezerrae a
presidente da FENATRAD (Federação Nacional das
Trabalhadoras Domésticas), Creuza Maria Oliveira,
também participaram do debate. Maria Ednalva abriu o
encontro reafirmando o compromisso da CUT com as
mulheres e com a questão racial. "Essa preocupação sempre
foi nossa prioridade, exemplo disso, é essa reunião que
coloca o assunto na pauta de discussão. "Não podemos
esquecer que as mulheres, principalmente as negras, ainda
ocupam cargos inferiores e com remuneração diferenciada".
Para Creuza Maria Oliveira, o papel das mulheres
dentro dos cargos públicos é dizer não a todo tipo de
opressão."É fundamental termos políticas públicas que
garantam essa igualdade de fato".
Matilde Ribeiro
destacou os trabalhos desenvolvidos pela secretaria e
salientou que uma das principais atividades está relacionada
às comunidades quilombolas. Ela citou a regularização dos
títulos de propriedade das terras e a melhoria das condições
de habitação, saúde e educação dessas comunidades que chegam
a 743 em todo o Brasil. A ministra afirmou sua
posição favorável da política de cotas nas universidades e
explicou que existem estudos para a adoção do sistema em
órgãos públicos. Além disso, deixou um recado para o
conjunto dos movimentos sociais sobre a importância de sua
participação no avanço de projetos. "Nenhum governo fará
mudanças significativas se não houver a participação e
cobrança das entidades sindicais", sublinhou.
Polémica
A ministra falou de sua declaração feita
sobre racismo à BBC Brasil, na semana passada, que
gerou polêmica. "O que disse e que foi mal interpretado é
que o racismo e a discriminação são existentes na sociedade
brasileira. E os que vivem a conseqüência disso querem que
governo e a sociedade brasileira se unam de maneira a
incluir, seja na vida política, econômica e social. A reação
de não querer conviver com um branco ou não gostar de um
branco quando o mesmo se insurge é natural".
Ana Paula Carrion
CUT
4 de abril
FOTO:
geraldofreire.uol.com.br
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