O aumento da presença
feminina no mercado de trabalho impulsionou as mulheres à chefia de
mais de um terço das famílias brasileiras até 2008, indicou um
estudo divulgado pelo Instituto
Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE)
De
acordo com a Síntese de Indicadores Sociais (SIS),
esse número subiu de
25,9% há 11 anos para 34,9% no ano passado.
Mesmo quando há um homem presente,
9,1% das mulheres são consideradas a pessoa de referência da casa,
contra 2,4% delas em 2008,
apontou o levantamento feito com base em informações da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Os dados levam em
consideração apenas a opinião dos próprios membros da família.
"Esses dados podem estar revelando aspectos importantes para a
análise das transformações que vêm ocorrendo de forma substancial no
contexto das relações familiares e de gênero, na maioria das
sociedades atuais", diz o texto divulgado pelo IBGE.
"Entretanto, é necessário investigar os motivos pelos quais a
escolha da pessoa de referência é feita, para se obter subsídios e
compreender melhor o significado dos papéis exercidos pelos membros
que compõem as famílias no Brasil." A situação financeira,
indica a pesquisa, é determinante compreender isso, aponta o
instituto.
Ainda donas de casa
A
participação das mulheres no mercado de trabalho
brasileiro saltou de
42 para 47,2% entre 1998 e 2008 - que não significa, entretanto, que
elas tenham se livrado das tarefas domésticas.
Entre as que têm emprego,
87,9% cuidam dos
afazeres do lar, enquanto entre os homens esse número chega a 46,1%.
O número médio de horas semanais dedicado a tarefas domésticas pelas
mulheres é de 20,9. Para os homens, 9,2 horas.
As
mulheres também levam vantagem na escolaridade média - o que
influencia na entrada mais tardia delas no mercado de trabalho e,
por consequência, tem peso sobre o número feminino na condição de
chefe de família.
Em
2008, em áreas urbanas, a
média das mulheres foi
de 9,2 anos de estudos, contra 8,2 anos para os homens. No campo,
elas somam 5,2 anos de escola na média, contra 4,4 anos deles.
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